Mesmo à distância, ser torcedor do Ameriquinha tinha lá suas vantagens.
O time tinha jogadores inesquecíveis.
Um deles, o ponta esquerda Nilo transferiu-se para o Palmeiras, reforçando meus argumentos de clube co-irmão.
Havia também goleiros Ari e Pompéia.
Diziam maravilhas de um ponta-direita chamado Calazans.
Mais tarde apareceram o craque Edu, irmão de Zico que era cobiçado pelo Palmeiras, e Djalma Dias, um dos melhores zagueiros que vi jogar; senão o melhor.
Djalma Dias também defendeu o Palmeiras. Fez parte da primeira Academia.
(Inesquecível. Valdir, Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina e Ferrari, Dudu e Ademir da Guia, Gildo, Servílio, Tupãzinho e Rinaldo.)
Estava tudo muito bom. Quando outra vez o amigo Betão resolveu por em dúvida meu amor pelo Palmeiras.
Eu acabara de voltar de uma viagem de férias, com meu tio Nininho.
Fiquei em uma fazenda em São José do Rio Preto, cidade que tem um clube chamado América e que disputava o Paulista da primeira divisão. Inclusive tirando pontos preciosos dos grandes paulistanos, especialmente quando jogavam em Rio Preto.
De volta a São Paulo, soube da novidade.
Na turma, havia fortes rumores de que eu passara a torcer pelos dois Américas, o do Rio e o de São Paulo. Portanto – e mais grave – não estava mais habilitado a ser proprietário do time de botão não mais representava o Palmeiras no campeonato da rua Muniz de Souza.
Queriam cassar meus direitos e a honra caberia a um novo morador, um garoto de nome Giuseppe, que ainda por cima era italiano, o que legitimava ainda mais a mudança.
Briguei firmemente para manter a chancela alviverde – e consegui.
Para evitar novos malentendidos, desisti de torcer por qualquer outro clube que não fosse o Verdão.
Aliás, só quero fazer mais um registro.
Com um amigo como o Betão, quem precisava de inimigos?
Diria que me lembrei dele quando soube que o Simon seria o árbitro do jogo Palmeiras e Fluminense no domingo.
* FOTO NO BLOG: Camila Bevilacqua