Sign up with your email address to be the first to know about new products, VIP offers, blog features & more.

Torcedor de um time só

Sei que não é dia de lembrar essas coisas.

Mas, o que se há de fazer.

Nem só de lamentações pelo quase gol de Obina vive um palmeirense, como eu.

Aliás, no embalo do texto de ontem sobre a conquista do Vasco, lembrei-me dos tempos de criança.

Era moda torcer por um time aqui e outro no Rio.

Hoje, pelo que vejo, há quem tenha um time aqui, outro no Rio, outro em Minas, mais outro no Rio Grande do Sul etcetc.

Do jeito que o futebol anda globalizado há quem tenha times preferidos espalhados mundo afora.

Eu mesmo tenho um sobrinho, o Nico – e já registrei isso em post antigo – se diz torcedor do Palmeiras e do Milan.

De repente, não duvido, teremos torneios interplanetários, transmitidos ao vivo e a cores, mediante módicas assinaturas em canal da TV paga.

Ou será que a Globo se interessaria nesses jogos para completar a grade de programação?

Talvez.

Se ela pudesse determinar o horário dos jogos e – importante! – a competição tivesse ‘mata-mata’ nas finais.

Especulações intergalácticas à parte, lembro-me que, quando criança, bem que tentei torcer por outro clube.

Era moda, como já disse, ter um time em São Paulo e outro no Rio, que deveria ser quase similar deste. Assim, quem era corintiano aqui deveria torcer pelo Flamengo no Rio, os dois são considerados time do povo.

Pelas listas negras das camisas – e muito pelos ataques fabulosos que os dois clubes tiveram – Botafogo (de Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagalo) e Santos (de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe) eram considerados clubes irmãos.

Quem era tricolor aqui (São Paulo) seguia tricolor no Rio (Fluminense).

Sobrava o Vasco.

Mas, nunca me peguei a torcer pelo Vasco.

Meu pai dizia que era o time da colônia portuguesa.

Portanto, o equivalente dele em Sampa era a Lusa.

Como o pai sempre tinha razão, pensei em relevar o fato de ser tricolor e pó-de-arroz e ser Fluminense no Rio. Havia três motivos especialíssimos: trazia as cores da Itália, tinha um goleiraço (Carlos Castilho) e a camisa era lindíssima.

Mas o meu amigo Betão, que era são-paulino, falou que eu estava me preparando para ser um ‘vira-casaca’, também por aqui.

Fiquei sem graça com o comentário.

Tinha um nome a zelar.

Uma reputação, de bom palestrino.

Voltei a ficar sem time no Rio.

Foi só por uns tempos.

Até que o América tornou-se campeão carioca de 1960.

Aí botei a maior banca.

Mas, como disse acima, foi só por uns tempos.

* FOTO NO BLOG: Camila Bevilacqua