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O Amigo da Onça e a pesquisa

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Foto: Reprodução

Numa tarde qualquer do mais antigo dos anos, o pai trouxe para casa um número da Revista O Cruzeiro.

Eu, garoto ainda, dei de folheá-la  curioso a entendê-la como um enorme gibi.

Não era, óbvio

Mas, ao final daquela edição, descobri a tal página que me fascinou: o cartoom de O Amigo da Onça, criação do magistral Péricles Maranhão.

Quem se lembra?

Crítico, elegante (envergando impecável summer), o personagem é sátiro.

Surge em momentos, digamos, limites pronto a colocar o interlocutor em situação, no mínimo, embaraçosa.

Que figura!

A implodir convenções e maneirismos.

Ironizava a tudo e a todos!

Anos e anos depois, ao lecionar a disciplina de História do Jornalismo, sempre fiz questão de dedicar uma aula inteira à revista criada por Assis Chateaubriand por tudo o que representou para a imprensa nacional.

(Bateu 700 mil exemplares/semanais nos anos 60).

Inevitavelmente abria um largo espaço à cronista Rachel de Queiroz (uma de minhas referências literárias)  e à charge de O Amigo da Onça.

Amigos e leitores…

Faço essa breve apresentação para saudar a aparição de outro amigo queridíssimo, dos tempos de garoto no Cambuci, o Nestor.

Ele mora na Bélgica e, vez ou outra, dá notícias via e-mail querendo notícias do Brasil:

“Vocês não vão fazer nada para tirar esse governo pérfido?”

É um provocador!

Um adendo:

Já contei a saga do Nestor em alguns posts.

Leia AQUI o primeiro deles, se quiser e puder!

Sigamos…

Pois bem, o amigo de infância hoje dá uma de… amigo da onça.

Encaminha o link da coluna do Maurício Stycer no UOL:

JN ignora pesquisa do DataFolha que mostra Lula à frente de Bolsonaro

E faz a pergunta que não quer calar, em tom, digamos, impertinente:

“O que você me diz disso, jornalista?”

Lembrou-me o personagem, o abusado.

Não tenho muito a dizer, não.

Só a lamentar mais esta omissão.

Pessoalmente, não há como ignorar a informação como relevante.

É tentar tapar o sol com a peneira.

“São critérios da política editorial ” – me diz um conhecido meu que trabalha na redação da Berrine.

Pessoalmente, tenho uma tese para o tema.

Mas, permitam-me, apresentá-la na crônica de amanhã.

Desconfio que, por hoje, já escrevi demais.

Então…

Se me derem a honra, amanhã eu os vejo por aqui.

Inté…

A título de curiosidade…

 Acrescento que passei a ir toda terça-feira (dia em que saía a revista) à barbearia do Seo Antônio, perto da casa onde morava na rua Muniz de Souza.

Não ia cortar cabelo, não.

Ia filar a revista.

Folhear aquelas páginas repletas de belas fotografias e textos esparsos de O Cruzeiro.

Na verdade, o que eu queria mesmo – os amigos leitores já imaginam – era ver o que O Amigo da Onça tinha aprontado naquela semana.

Ainda nenhum comentário.

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