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O Amigo da Onça e a pesquisa (2)

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Foto: Arquivo Pessoal

Então, Nestor e amigos…

Como ontem lhes disse, tenho uma tese sobre como a banda toca na arte e no ofício de ser jornalista neste Brasilzão que, um dia, foi de meu Deus.

Seguinte:

Vida afora, andei por várias redações que a sina de repórter não é muito diferente do que a do andarilho solitário.

(Ao menos, naquele tempo, era assim…)

Fiz grandes e inesquecíveis amigos.

Convivi com poucos donos de jornais.

Mas, porém, contudo, todavia…

Li sobre os feitos de uns e os desfeitos de outros. O versa e o vice.

Também me aprofundei nos estudos da História do Jornalismo, um assunto que, ainda hoje, mesmo longe das lides acadêmicas, me interessa.

Assisti a alguns documentários e…

… ouvi muitas histórias sobre os tais e os quais, os tantos e os tamanhos.

Uns pelos outros, puxa daqui, estica dali, passei a entendê-los como algo próximo ao que eram os senhores feudais.

Muitos, aliás, iam além.

Quem assistiu ao clássico Cidadão Kane, de Orson Welles?

A mais perfeita tradução dos…

A conferir!

É uma impressão que tenho.

Como quem puxa aos seus não degenera.

Não raras vezes, os filhos/herdeiros vão pelo mesmo caminho.

(Isso quando não esfolam o império que o pai criou e carregam o que podem para o dolce far nient no Exterior.)

Ah, e tem os amigos e os amigos dos amigos…

Esses ocupam os cargos de chefia e capricham em ser os tinhosos em nome do mandachuva mor.

Há exceções?

Sim, sempre há e haverá.

Mas, amigo Nestor, só confirmam a regra.

A propósito, Nestor, leia o livro O Brasil, do notável jornalista Mino Carta – e certamente vai entender bem melhor o que tento lhes dizer.

Quanto à TV Globo é notório seu projeto editorial desde idos tempos.

Faz um bom jornalismo no varejo da cobertura cotidiana, mas no atacado, quando pretende manipular a realidade, é um desastre.

Minha opinião, ok?

Dou de barato que não ficou feliz com o resultado das cinco últimas eleições presidenciais.

À esquerda ou à direita, não foi nada daquilo que gostaria que fosse.

Mesmo assim, não dá o braço a torcer.

Hoje, eu diria que procura um nome, a tal terceira via, que lhe seja conveniente. Um outro Collor, talvez.

Justiça se lhe faça, porém.

É provável que, daqui há 50 anos,  divulgue um novo editorial em que reconhece os erros crassos e as omissões que hoje comete como fez, em 2014, nas reportagens sobre o cinquentenário do Golpe de 64.

E os jornalistas?

Quem trabalha no jornalismo da Globo (ou na redação de qualquer outra empresa de comunicação) sabe exatamente qual a linha editorial da emissora e, de alguma forma, acata de bom grado fazer parte do jogo.

Uns porque acreditam piamente que assim é que é.

Outros relutam, buscam espaços próprios dentro do que lhes impõem o Manual de Redação, mas sabem que no vespeiro, aquele, não vale a pena tocar.

Ali, prevalece a voz do dono, como na canção do Chico Buarque que ontem postei.

Um ‘por exemplo” que achei válido – e vale a reflexão:

Certa vez, fui mediador de uma mesa de debates com o jornalista Carlos Nascimento, entre outros. Ele trabalhou por longos anos na Globo – e ele foi enfático no modo como disse ter pautado seu comportamento enquanto repórter e apresentador dos noticiários da emissora:

“Na Globo, nem sempre eu disse o que quis. Mas, eu nunca disse o que não quis.”

Assim é se lhe parece.

Então, Nestor…

Não sei se lhe expliquei o que, a princípio, pode parecer inexplicável.

Tentei.

Numa outra oportunidade, podemos discutir o conceito de imparcialidade.

Da neutralidade jornalística.

Existe?

Mesmo assim, no mundo de hoje entulhado por oceanos de informações, o jornalismo é fundamental para as interpelações da sociedade contemporânea.

Enfim…

Aproveito para lhe enviar um fraterno abraço.

Valeu, companheiro!

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