O Escova, amigo-velho e velho-amigo, pede-me (por zap pois mora ou se esconde nos arredores de Paris e não pensa em voltar) que lhe esclareça uma questão. Que é sua, “mas pode embarafustar as ideias de muitos leitores”.
Quem aqui desavisadamente me acompanha sabe que Escova se auto_intitula ombudsman do Blog desde os meus primeiros posts/crônicas.
Mesmo distante – e por vezes ausente – não abre mão da função que é voluntária e, vá lá, bem intencionada. Muito embora, quase sempre me pareça provocativa.
– Há controvérsias, Rudi. Há controvérsias…
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Agora, por exemplo, ele me pergunta – e reconheço algum fundamento no que diz – por que basicamente me pauto em memórias, fatos e personagens do século 20 quando “meu olhar jornalístico” mais otimista se volta para as novas gerações?
– Se bem entendo, diz ele. – É nessa turminha que você aposta suas fichas e ela, me parece, cada vez mais distante de um passado que não vivenciou e pouco lhe interessa.
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Olhar jornalístico???
Não havia pensado nisso. Mas, vá lá…
Uma coisa que reconheço no Escova é o dom de perguntar e, simultaneamente, responder ou embicar a resposta à pergunta que faz.
Ora, meu caro Escova, se puder este humilde escrevinhador despertar na ‘turminha’, como diz você, algum tipo de inspiração para valores fraternos, que permearam nossas lutas e sonhos, talvez a gente, como sociedade solidariamente enturmada, possa ir um tantinho mais além do que fomos.
De resto, não sei dizer.
Apenas que a temática do Blog, muitas vezes, vai mais na conta do professor que, em determinado momento da jornada, se sobrepôs ao jornalista que, em essência, sempre fui e sou. Ou imagino ser.
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A propósito, e se o Escova e os amigos, me permitem, conto-lhes uma história, relativamente, recente.
Por ocasião do lançamento de sua taluda autobiografia (Boni), o hoje empresário da Comunicação, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, participou, como entrevistado, do programa Roda Viva, da TV Cultura.
Um dos jornalistas-entrevistadores aproveitou a deixa e fez duras críticas ao momento que a TV brasileira estava vivendo. Péssimo, disse ele.
Só então se dirigiu ao Boni e perguntou o que ele faria para mudar a situação.
Boni foi magnânimo na resposta.
Disse que tinha 29 anos quando ele e Walter Clarck chegaram a Globo para reformular a programação e fazer os ajustes que consideravam transformadores.
E reforçou o detalhe que considerou imprescindível: ele tinha 29 e Walter Clarck, 30 anos.
E concluiu:
“Hoje o desafio, meu caro, é das novas gerações.”
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É isso ou mais ou menos isso por hoje.
Havia planejado escrever sobre o documentário de um show de Barbra Streisand que ontem, por acaso, descobri na NetFlix – Barbra: Sua Música… Suas Memórias… Sua Magia!
Mas, o ombudsman Escova mudou o rumo da nossa conversa.
…
Mesmo assim, fui ao You Tube e separei um trecho:
O que você acha?