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A caminho de Chi Chen Itza

O guia turístico, hábil em seu portunhol, trata de cativar os “amigos brasileiros” desde a chegada do grupo a Cancún, no México.

Passeios não faltam a oferecer para a trupe.

Ver e nadar com os golfinhos na ilha Cozumel (há até quem seja osculado pelos ditos-cujos), conhecer a ilha das Mulheres e a praia del Carmen, balançar o esqueleto na casa de gandaia mais badalada da cidade, gastar uns trocos nos shoppings da ilha (ótimos para comprar tênis, perfumes e relógios), jantar dançante em um navio de piratas fakes (mas, piratas) e por aí vai…

Na faixa mesmo, incluso no pacote, só o tradicional city tour pela Península de Yukatan.

Ao ver o azul do mar do caribe, não há brazuca que resista.

"Vamos ao que se pode" é o mote.

"E ao que o cartão de crédito permita" é a senha.

(Sempre existe aquele que, sem piedade, se curva ao mote e esquece a senha.

Gasta até derreter o cartão de crédito.

Dá-se um jeito depois.)

O que ninguém pode é perder a chance de ser feliz naquele pedaço de mundo encantado.

Quase a Ilha da Fantasia.

(Quem se lembra?)

Pois, então…

À vista de tão afáveis visitantes, o moço de cabeça raspada e uniforme caqui da operadora capricha no discurso pró Brasil.

“O País de vocês vive um momento maravilhoso.

Economia estabilizada.

Melhorou a distribuição de renda.

É um País lindíssimo, de gente simpática.

Etcetcetc…”

Estamos a caminho das pirâmides Maias de Chi Chen Itza, e o guia no embalo da sedução decide abrir o coração e o diálogo:

“Então, amigos, agora, gostaria de ouvi-los sobre o meu País.

Quando vocês ouvem falar do México, o que ou quem lhes vem a mente?”

O ônibus todo quase em coro:

“CHAVES, O CHAPOLIN COLORADO!!!”

O homem perde o rebolado.

Desconversa.

Nada mais tem a nos dizer.

Certamente ele não contava com a nossa astúcia.