Não tenho uma definição precisa, objetiva, para o que é crônica.
Tive a ousadia de escrever muito sobre o assunto (é só o interessado batucar ‘crônica’ aí no ícone de busca e conferir), participei de palestras, coordenei workshop e cousa e lousa e mariposa.
Li muito sobre o tema, também.
Mas, mesmo assim, de bate pronto, sempre que me fazem a pergunta me perco no latinório, cito este ou aquele autor famoso (Rubem Braga é o meu preferido: ‘escrever crônicas é viver em voz alta’) e, por fim, fico com a sincera impressão de que não me fiz entender.
Via de regra, meus interlocutores são pessoas educadas e generosas não me contestam e polidamente se dão por satisfeitos.
A palavra deriva de Cronos, o deus do tempo na mitologia grega.
Se os caríssimos leitores me permitem uma ousadia, diria que toda vez que retratamos o tempo que vivemos estamos escrevendo uma crônica. Pode ser no âmbito musical, em imagens como fotos e vídeos. Pode ser na poesia, pode ser em prosa.
Gosto de dizer que a crônica é um olhar mais alongado para o cotidiano. Um compartilhar de sentimentos, receios, amores, desamores, pequenas e grandes alegrias, algumas tristezas etc.
Mas, sempre um compartilhar.
A diferença entre uma crônica e um post?
Penso que esteja muito mais no entender do leitor do que propriamente de quem escreve.
Verdade!
Há a tentativa de envolver o leitor nos dois casos.
Se um tem o propósito de informar, divertir, impactar, causar, ‘bombar’, o outro – a crônica – pretende estar por perto, inspirar uma boa e arrastada conversa entre iguais, um repartir de olhares, uma sincera aposta que ainda seja possível acreditar e sonhar.
Amândio Martins
27, outubro, 2019Caríssimo Amigo Rodolfo,
Brilhante exposição de hoje.
O seu blog tem sido um brinde à boa leitura.
Invariavelmente acompanhado de boa música e, como diz um velho amigo meu e colega seu de profissão, boa “letraria”, está sendo um cardápio supimpa para este sábado.
Obrigaduuu!