Quinta-feira, dia 11 de junho de 1999. Chego à redação de Gazeta do Ipiranga para fechamento de mais uma edição.
Nada de anormal, ok?
Não por isso.
Reparem a data…
Perceberam?
(…)
Vejo a página do Dia dos Namorados, um escândalo de ‘politicamente correta’.
Só casais lindos, maravilhosos, sorridentes, felizes.
— Ei, ei a vida não é só isso, né – pergunto a todos e a ninguém.
— Como assim?, alguém responde.
— E o outro lado? Jornalisticamente, precisamos ouvir o outro lado…
— O Rodolfo endoidou – ouço disfarçadamente alguém comentar.
— E os caras que não têm ninguém? – insisto…
— Ai, meu Deus, não dá mais tempo. O jornal está ‘fechando’ – diz a diagramadora Marina, já antevendo que iria sobrar para ela.
(…)
No rádio, ouço a canção “Sozinho”, do intrépido Peninha, na versão básica (banquinho e violão) de Caetano Velloso.
Era o sucesso da época.
Subito, tenho uma idéia que virou crônica e hoje transcrevo AQUI por absoluta falta de inspiração para o 12 de junho.
Tomara que gostem…
(De quebra, incluo a canção e a informação de que o texto também integra a coletânea Volteios – Crônicas, lembranças e devaneios, que publiquei em 2010)
O que você acha?