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A questão do calendário

Com todo respeito aos bons colegas que comentam futebol, permitam-me reagir à verdade absoluta que anda solta pela aí e diz que se trata de uma boa a adaptação das datas do campeonato brasileiro às do calendário europeu.

Assim, todos afirmam – inclusive o presidente da República que mostrou sua indignação ao Senhor dos Anéis e da CBF, Ricardo Teixeira – nossos clubes escapam à sanha voraz das propostas vindas de outros cantos do Planeta em meio à principal competição nacional.

Aliás, como aconteceu com o Corinthians, o time do coração do presidente Lula; daí, a preocupação mais do que justa e parcimoniosa.

Na minha modesta opinião, é o típico gesto que ameaça tudo mudar exatamente para que tudo fique como está. Simplesmente porque é a fragilidade financeira e administrativa dos nossos clubes que provoca a ação avassaladora de alienígenas que levam nossos principais jogadores e desmontam, por vezes, equipes promissoras.

Pensem comigo.

Seguindo as novas datas que a CBF prometeu implantar em 2011, o clube monta um bom elenco e faz a pré-temporada em julho. Beleza? Na última semana de agosto, quando se fecha a tal “janela” de meio de ano, árabes e europeus vêm às compras e levam, em seu balaio de aquisições, os três principais atletas de determinado time que não precisa ser exatamente o do presidente que meu simpático vizinho, aqui, na laboriosa São Bernardo do Campo.

Imaginem como fica a situação. É ruim, hein!

Muito bem, não vale chorar o leite derramado. Pois o Professor do dito clube recomeça do zero. Dá um duro danado e remonta o time. Para tanto, usa os primeiros meses do Brasileirão. Consegue algum êxito e aí vem a “janela” de dezembro e, outra vez, chegam propostas arrasa-quarteirão para jogadores medianos que se destacaram mercê ao trabalho dedicado do bom Professor.

Quem segura o olho-grande dos meninos, dos empresários, dos investidores e das direções dos clubes, ávidas por saldar seus compromissos?

Os boleiros, a parte mais frágil na corrente, têm lá suas razões. Ganham 40, vão ganhar 400.

Sejamos sinceros.

Só que o time volta a ficar à deriva. Na reta de chegada do Brasileirão e prestes a começar a disputa da almejada Libertadores.

Em resumo, é o que penso.

De nada adianta mudar só o calendário.

Me lembra a famigerada história do cobertor de pobre?

É curto. Cobre os pés, descobre a cabeça…