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Como se fosse possível

Eu a encontrei na noite passada.

Não esperava.

Não a via há meses.

Estava ainda mais bonita (como se fosse possível).

Seus cabelos pareciam mais soltos, mais longos. Talvez exibisse novo penteado, sei lá.

Homem não se liga nesses detalhes, especialmente quando cresce o olho para uma quase paixão mal resolvida.

Fiquei feliz em vê-la naquele lugar, barulhento e, para alguém como eu, algo inóspito.

Ainda não sei dizer se era um bar, um restaurante ou outra casa no gênero.

Para falar a verdade, nem sei ao certo o que eu estava fazendo ali.

Vocês sabem…

Não sou dado a multidões.

Em todo caso, foi bom, foi ótimo revê-la ali, com a sua turma, espremida e feliz num canto de mesa.

Não trocamos palavra.

Houve apenas o cumprimento à distância.

Ela, com leve meneio da cabeça e um quase sorriso, repleto de promessas. Eu, com meu olhar mais alongado – e, por que não? – algo esperançoso.

Só hoje, quando despertei, me veio a inabalável e tardia certeza:

A moça estava ali por minha causa.

Diria mais:

À minha espera.

Como eu sei?

Ora, caros…

Eram meus o desejo, a saudade e o sonho.