Na roda do café, o amigo me cobra:
“Estou à espera das impressões sobre a primeira apresentação ao vivo do The Voice, realizada na quinta passada; diria que sob forte tensão e nervosismo dos candidatos”.
Ele lembra que, em posts anteriores, mostrei-me entusiasmado com a nova safra de intérpretes e com a tal lufada de renovação e talento que essa trupe poderia ensejar às difusas rotas que a MPB percorre a partir dos anos 90.
Falei dos bons resultados da parceria Tv e música popular em décadas anteriores e, por fim, me pergunta se iniciativas como esta (o programa The Voice) podem revitalizar a ambas – a Tv e a música.
O amigo me parece otimista, apaixonado pelo que viu até aqui.
Temo decepcioná-lo.
Não escrevi sobre o programa simplesmente porque ele não me emocionou.
Bem ao contrário.
Fiquei um tantim decepcionado.
Sem querer ‘cornetar’, mas já ‘cornetando’…
Identifiquei, na minha modesta avaliação, uma série de equívocos.
A rapaziada – os intérpretes – estava nervosa demais. Uns inseguros; outros teatralizando além da conta as interpretações, com caras e bocas e vocalizes e falsetes e pulinhos e ‘sacodes’.
Priorizou-se o clima de competição exacerbadas.
Houve uma concorrente que ‘emblematizou’ a situação, dizendo que subiria ao placo “de peixeira na mão”.
Talvez tenha sido uma das mais aplaudidas.
Ainda acho que nosso cancioneiro deveria ser mais valorizado por cantores e professores/avaliadores. Que, diga-se, andam derramados demais.
Como programa de TV, imagino, segurou a audiência.
Mas, para o ofício e a arte do cantar, nada acrescentou.
Uma pena.
Vamos ver na quinta…