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Gabigolaço

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Foto: Reprodução do Twitter

Recebo duas sugestões de pautas para hoje:

1 – a posse da atriz Regina Duarte na Secretaria da Cultura do Bolsonistão;

2 – o gesto do Gabigol no jogo do Flamengo na Colômbia;

Como já lhes escrevi dias atrás, nessa altura do campeonato e da vida, não me sinto confortável em discorrer sobre o que não acredito. Portanto, e se me permitem, descarto de pronto a primeira sugestão.

Fiquemos, pois, com o menino bom de bola e artilheiro.

Vou logo dizendo… Sempre o tive como um jogador de alta qualidade. Mas, havia lá minhas implicâncias.

Que, os amigos hão de convir, se justificam.

Ele era (e é) marrento dentro de campo, cheio de modinhas, penteados e mimimis. Foi um fiasco na Europa. Sai do Santos e vai para o badalado Flamengo.

Além de tudo, não cansa de fazer gol no meu Palmeiras.

Pode?

Vou dizer.

Pode.

O gesto do boleiro na quarta-feira, no jogo do Flamengo frente ao Juniors Barranquila, foi emocionante e extrapolou as quatro linhas do gramado.

Ao presentear aqueles dois garotos com suas camisas (a de treino e a com que jogou, além da chuteira que o malandrinho do segundo menino insistiu em pedir), Gabigol recuperou a dimensão do encantar-se que só o futebol – e, repito e insisto: só o futebol – pode proporcionar a um menino  (e felizmente hoje também a uma menina) que se propõe a ir a um estádio ver de perto o seu ídolo.

Sinceramente, não tenho outras palavras mais precisas para descrever o sentimento que se apossou daqueles garotos. Mas, permito-me compartilhar com eles – lembrando o moleque sonhador que fui e, desconfio, ainda sou – a inebriante sensação de ser feliz.

Sim, amáveis e fiéis leitores, se essa tal almejada felicidade tem feições e nuances, acreditem, nós, privilegiados espectadores, as vimos no rosto daquelas duas crianças.

Curioso que, naquele mesmo dia, escrevi aqui (Futebol. Ontem, hoje e sempre) sobre meus tempos de pequeno e fanático frequentador de estádios. Descrevi o futebol de então como ‘um sonhar coletivo – e necessário’, com gosto de festa e confraternização.

O gabigolaço de quarta, que não balançou as redes, fez mais pelo futebol do que todas as fifas, as cbs, as federações e cia ilimitada conseguem fazer pelo esporte e me deu a plena sensação de que ainda há esperanças.

Sua convocação hoje por Tite foi mais do que merecida.

 

 

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