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Meus bordões

Foto: Arquivo Pessoal

“Tudo é tudo. Nada é nada.”

A frase é do saudoso Tim Maia – ele a repetia quase que sistematicamente independente da pergunta que lhe fizessem.

O Sindico era imprevisível.

Divertido.

Muitas vezes, inconveniente.

Imprevisível.

A propósito, Ben Jor morou no mesmo prédio que Tim no Rio de Janeiro – e jura que a história da candidatura de Tim a síndico do prédio é verdadeira.

Não prosperou.

Mas, a ideia lhe passou pela cabeça.

Pode ser invenção poética do amigo Ben Jor.

Nunca vamos saber.

“Bom dia! Mas, bom dia mesmo.”

Vez ou outra, eu saio com essa.

Autoria do Homem do Horóscopo, Omar Cardoso.

Ele tinha um programa na Rádio Nacional de São Paulo pelas manhãs.

Dona Yolanda, minha mãe, não perdia um.

Essa era a saudação matinal para cada um dos signos.

Mesmo que não fosse lá uma grande jornada zodiacal para o dito-cujo, ele sapecava:

“Bom dia! Mas, bom dia mesmo. Peixes, etc etc etc.”

Ficou na memória.

“Quem tem tem. Quem não tem não se conforma.”

Versos do grande Luiz Melodia na canção-pancada “Questão de Posse”.

Gravou nos idos de 70 no álbum Maravilhas Contemporâneas.

Tenho usado frequentemente para explicar insondáveis mistérios da cruel natureza humana.

Que notável poeta e cantor era o Melodia!

“Jornalismo é cárater.”

A definição, eu a conheci pela primeira vez no livro A Regra do Jogo, do memorável jornalista Cláudio Abramo. Mas, também, eu a li numa crônica do saudoso Clóvis Rossi na página 2 da Folha de S. Paulo. Pude ouvi-la de viva voz de outro pilar da imprensa brasileira, minha maior referência, o jornalista Mino Carta.

Sempre que me perguntam sobre o que é jornalismo hoje em dia, eu resumo com a frase indiscutível:

“Jornalismo é cárater.”

E acrescento por minha conta e risco:

Cárater e reportagem.

O resto, meus caros, é ‘armazém de secos e molhados’ (Millôr) e colunismo. Ui.

Não sou narrador esportivo, mas tenho lá meus bordões/bengalas que me amparam sempre que me vejo em, digamos, apuros oratórios, debates e afins.

Livram a minha cara de explicar o que não sei ou não quero explicar.

(Ninguém convence ninguém hoje em dia.)

Como os amigos-leitores puderam ver, os ditos não são originalmente meus e – que feio! – nem sempre dou os devidos créditos aos criadores.

Mil perdões.

Há um, porém, que sustento ser de minha genuina lavra:

“Ô casseta do Ipiranga!”

Digamos que substitui eventuais impropérios cabíveis em situações de contrariedade e pasmo.

Reverência clara que faço – quase como homenagem – ao jornal Gazeta do Ipiranga onde trabalhei por quase 30 anos.

O corre de fechamento de cada edição semanal era um delirante perrengue.

Ô saudade!

(Outro bordão comum, que uso quase que diariamente.)

Ainda nenhum comentário.

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