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O visionário

"O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente" (Mahatma Gandhi)

01. O senador Eduardo Suplicy tem sido uma figura emblemática do cenário político brasileiro nos últimos 30 anos. Há quem o considere apenas um visionário. Outros fazem essa ou aquela ressalva. Porém, ninguém discute: trata-se de um democrata na acepção do termo. Melhor: tem pautado seu trabalho pela independência (veja a recente questão das prévias presidenciais no Partido dos Trabalhadores, quando enfrentou e perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva) e pelo envolvimento com os definitivos anseios populares.

02. Suplicy tem andado pelo País em função do lançamento de seu livro "Renda de Cidadania: A Saída É Pela Porta". Faz palestras, participa de noites de autógrafos e está sempre presente em eventos concorridos e com grande concentração de estudantes.

03. Foi interessante encontrá-lo na noite de segunda-feira, no auditório da Universidade Metodista, aqui pertinho em Rudge Ramos, a falar por duas horas consecutivas para um auditório lotado por quase 800 jovens. O senador estava à vontade, tão à vontade que chegou a cantar o rap "Um Homem na Estrada", do Racionais MC, com direito à performance e aos palavrões que a letra possui. Uma simpática ousadia.

04. Mas, o eixo de sua palestra/apresentação foi a trajetória histórica dos sistemas econômicos até chegar aos dias atuais e, sobretudo, ao Brasil de hoje. Com esse relato, deu sustentação à sua grande bandeira e tema do livro, que é o Programa de Renda Mínima. Mas também não parou por aí. Falou sobre acontecimentos recentes, inclusive — e principalmente — a ocupação pelo Movimento Sem Terra das propriedades dos filhos e do sócio do presidente Fernando Henrique Cardoso.

05. Para ele, foi uma ação abusiva que, em momento algum, atende aos interesses de quem quer que seja, especialmente aos do próprio MST e, mesmo que indiretamente, aos do Partido dos Trabalhadores, que lidera, até aqui, a corrida para as eleições presidenciais.

06. O senador ressaltou que sempre foi solidário às ações do MST. Mas, desta vez, não concordou com a ocupação. Aliás, deixou isso claro aos líderes do movimento. Salientou a eles em conversa reservada e ao público presente que o momento é de se valorizar comportamentos que premiem o entendimento, a negociação e a paz.

07. Não poucas vezes, durante a palestra, citou Martin Lutter King e Mahatma Gandhi, além de incentivar a luta silenciosa e pacífica na busca de um tempo melhor para todos os brasileiros. Suplicy pode não ser o (ex) melhor candidato a presidente. Mas, certamente, é um dos raros políticos em cena que, quando fala em mudança, está sendo sincero e, melhor, pensa no conjunto da sociedade — e não nos próprios interesses. Só quem se preocupa em olhar para o infinito vai enxergar mais longe.