Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo,
como de um alçapão.
Os poemas vêm, os poemas vão,
Não têm pouso ou porto,
alimentam-se
um instante em cada par de mãos
e partem.
O que eles te dão é o inesquecível,
o maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles
já estavas em ti.
…
Minha cara,
Não sei como lhe explicar, objetivamente, o que imagino ser um escritor.
Não deixarei no ar sua pergunta, porém.
Valho-me, para tanto, do talento de Mário Quintana, em Os Poemas (publicado no jornal Correio do Povo, em 8 de maio de 1976) para lhe dar, ao menos, uma pista do que leva alguém a fazer da sua lida o ofício de batucar uma letrinha atrás da outra, atrás da outra, atrás da outra… Em busca de algum sentido para o texto e para a vida.
Ficamos assim, por enquanto.
Quem sabe, no futuro, retomaremos o assunto…
…
Fique agora com a arte de Angélique Kidjo e a guitarra cantante de Benjor num momento de êxtase e criatividade.
O que você acha?