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Ser o que se é…

Naquele pequeno vilarejo, entre o sul da Polônia e o oeste da Ucrânia, o rabino Meir estava reunido com seus discípulos para contar passagens do judaísmo:

– Se o Senhor Adonai me perguntar no além: Meir, por que você não se tornou Moisés? Direi em resposta: Senhor, sou apenas Meir.

O sol já se escondia por trás das ruínas.

Como era comum nas tardes daqueles domingos outonais, até o vento silenciara para ouvir a voz do mestre:

– Se Adonai insistir com o questionamento: Meir, por que você não se tornou Ben Akiba? Responderei da mesma maneira: Senhor, porque sou simplesmente Meir.

Os discípulos se entreolharam. Esperavam ansiosos o desfecho de mais uma lição que o mestre lhes ensinaria.

– Mas, se o Senhor me perguntar: Meir, por que você não se tornou Meir? Que resposta Lhe darei?

Terminou a frase com um leve sorriso no rosto. Sabia que fora entendido.

Os homens entenderam, então, que deveriam buscar o melhor de si em vez de se comparar a figuras importantes na história do judaísmo, como Moisés e Ben Akiba.

* História retirada do livro-reportagem “De Herói a Vilão – As várias faces das traição”, de autoria das jornalistas Adriana Luna, Bárbara Forte, Débora Spitzcovsky, Fernanda Colmenero, Laura Bergamo e Marina Dias. Achei interessante postar essa breve história até para consolar os torcedores colorados neste dia de tamanha tristeza. Hoje o Internacional esqueceu de ser Internacional – e deu no que deu.

* Ilustração: Capa do JT no dia seguinte à derrota de Sarriá, na Copa de 82. Aquela, sim, foi tristeza…

* Foto de Reginaldo Manente