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Sobre Dunga e Deolindas…

Juro que não foi provocação.

Escrevi ontem sobre o Felipão porque gosto do cara, do jeito como trabalha. Entende a essência do futebol e, por extensão, da vida. Não posa de filósofo da auto-ajuda, nem de estrategista, menos ainda de megaestar. É o que é – e ponto.

Sobre a derrota de hoje do escrete para a Argentina, nada comentar. Aliás, como prometi num post do começo do mês, nenhuma palavra sobre as Olimpíadas…

Quanto a Dunga, repito. Não é o treinador dos meus sonhos, mas não podemos demonizá-lo porque a encrenca do futebol brasileiro só não chama Deolinda – mas, vai atazanar a vida da gente por um bom tempo.

As ‘deolindas’ que me perdoem. Nada contra.

É que um conhecido meu, o velho Almeidinha, foi casado com uma Deolinda, e a moça não lhe dava sossego mesmo depois da separação de corpos e de alma e do divórcio protocolado. Então, naquela redação de piso assoalhado, o Nasci, o mentor de todos nós, cunhou a célebre frase sempre que a situação parecia incontornável.

— Uma Deolinda, meus caros, é para sempre…

Que, traduzindo, dava no seguinte:

É encrenca das grossas, sem fim, com ou sem o Almeidinha como maridão.

De volta à temática da bola, é mais ou menos por aí que podemos definir o atual momento do futebol brasileiro. Além dos “problemas estruturais”, como diz o doutor Sócrates, já sobejamente conhecidos de todos nós – a centralização e a perpetuação do poder na CBF, a desqualificação da cartolagem, os clubes de pires na mão, a praga dos empresários, a submissão à grade de TV, entre outros menos cotados – surge agora uma questão que me parece ainda mais preocupante.

Essa geração de boleiros é consideravelmente inferior à turma anterior – o pessoal que foi vice em 98, penta em 02 e se arrastou, sem direção, em 2006 na Alemanha.

Sei que um punhado de gente vai dizer que exagero e cousa e lousa e mariposa. Mas, façam a comparação, e verão que estamos chamando urubu de “meu louro” para valorizar a bola que não se pratica mais por aqui. São os Ilsinhos, Rafinhas, Diegos e similares. Incluo aí também os supostos novos líderes Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho, Adriano que, na seleção, tiveram quando muito um brilhareco – e só.

Enfim, se ainda posso lhes dizer algo, é não esperem muito para 2010. Nem apostem todas as fichas que passaremos com tranqüilidade pelas Eliminatórias.

Quanto ao Almeidinha. Certa tarde, ele chegou todo feliz à Redação. Estava de namorada nova. Ele garantia, com seu vocabulário dos anos 50, que era “papa-fina”. O nome da moça, perguntamos logo. Adivinhem?

Acertaram: Deolinda.

Foi quando o Nasci definiu o novo lema para as gozações, de praxe.

— Ô Almeidinha, tu não aprende mesmo. Se uma Deolinda incomoda muito a gente. Duas Deolindas, reza a lenda, incomodam muito mais.

Resumo da ópera: o risco agora é, se por acaso Dunga deixar o cargo, arrumarem outro Dunga para o lugar…