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SP. Ao Deus dará…

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Foto: Redes Sociais

Nos meus tempos de repórter ou mesmo como editor, nas redações por onde andei, perdi as contas das vezes que cobri as tais catástrofes tipicamente paulistanas causadas pelas chuvas na cidade e mesmo em seus arredores – o que se convencionou chamar de ‘A Grande São Paulo’.

Tinha que ter preparo. Físico e mental.

Em quaisquer das funções, nos episódios de maior gravidade, era difícil entender como a situação pôde (no velho estilo, com acento, para deixar claro o tempo verbal) chegar a tamanho absurdo.

A mim e aos outros tantos jornalistas que comigo dividiam a triste tarefa, era nítida e certa a causa. As administrações públicas, fosse qual fosse a bandeira ideológica, não deram conta de colocar a supermetrópole como prioridade em termos de solucionar os problemas que, com o passar dos anos, se acumularam em maior número e gravidade também maior, advindos da incúria, da leniência pública visto que interesses outros soavam mais altos e estridentes.

Ocupar o posto de mandatário-mor por aqui significou, para muitos, o trampolim com foco em voos mais altos no plano político-partidário e pessoal.

Ao Deus dará, a cidade e sua população.

Portanto – e infelizmente – o que a cidade e regiões vizinhas viveram no último fim de semana não traz lá grandes novidades.

E não há cidade-alerta que dê conta de retratar.

Longe das redações e mesmo da cidade – viajei na manhã de sexta para o Litoral -, no embalo do noticiário de tudo e por tudo assustador, o que chamou minha atenção é que a espiral de problemas se dá cada vez mais em nível devastador e generalizado.

O número de regiões atingidas simultaneamente é bem mais amplo.

Ninguém parece livre dos desatinos urbanos. Nem o pobre, nem o rico, nem o remediado. Óbvio que os mais humildes são os mais vulneráveis, mas a coisa tá feia pra todo mundo.

Há outro componente em ação contínua e, por enquanto, em crescimento.

A questão climática está totalmente fora de controle.

É um fenômeno planetário, ok.

A ganância lacrou os olhos de todos que resolveram abrir mão da preservação do meio-ambiente para, no dizer daquele, ‘passar a boiada’ mundo afora.

Acrescente essa imprevisibilidade do tempo e dos fenômenos naturais ao descaso de uns, a inépcia de muitos e à ganância de todos, eis aí a fórmula trágica de implantar o caos na mais pujante cidade da América do Sul.

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