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Tchinim, o sabonete e a TV

Foto: Instagram/Reprodução

Ah, essas conversas de fim de tarde entre senhores desocupados e levemente nostálgicos!

Foi num dessas conversas que alguém, sem motivo aparente, lembrou o sabonete Vale Quanto Pesa – e todos se entreolharam com espanto e cair no riso.

Um riso frouxo, desses bons de soltar por tudo e por nada.

Um riso salpicado de belas lembranças.

Vale Quanto Pesa era um sabonetão dos mais taludos que se garantia mais no tamanho e peso do que no perfume. Digamos que tinha um bom ‘custo-benefício’.

Fazia sucesso nas camadas mais populares.

Talvez por isso a expressão em si ganhou vida própria e, na voz das ruas, passou a significar ‘bom negócio’.

Vez ou outra, bastava um gordinho se destacar nisso ou naquilo, pronto: aparecia um engraçadinho para sacanear:

“Fulano vale quanto pesa”.

É certo que ainda não havia os rigores do politicamente correto.

Ninguém era cancelado, lacrado, escantilhado – e assim, amigos, a vida seguia uma toada boa de se viver.

Ou seriam meus olhos de menino tolo e sonhador?

Memórias assim – acreditem! – sempre trazem uma sensação gostosa de retorno à infância.

Duram instantes, inexplicáveis e saborosas.

São raras, mas acontecem.

Querem outro exemplo?

A foto que hoje ilustra o nosso Blog, intitulada pelo anônimo remetente apenas como:

São Paulo, 1955. Os televizinhos”

Tomo a liberdade de publicá-la e explicar aos mais jovens.

A TV chega ao Brasil em 1950 e só foi se popularizar em meados dos anos 60.

Os poucos aparelhos de TV que haviam na cidade eram sinal de status e privilégio.

São Paulo era uma emergente aldeia.

As pessoas se confraternizavam nas noites enluaradas em conversas nas portas das casas.

Chegavam a levar cadeiras para a calçada – e assim se dispunham em grandes rodas: a dos marmanjos e a das donas de casa.

A criançada se espalhava em brincadeiras mil. Pega-pega, esconde-esconde, como-está-fica, queimada etc…

Quando um aparelho de TV chegava a uma das casas do quarteirão, era comum convidar a vizinhança curiosa para apreciar a novidade.

Não raras vezes, os próprios e enxeridos vizinhos se auto convidavam na cara dura.

E assim – como disse acima – a vida seguia uma toada boa de se viver e cantar.

Memórias, amáveis leitores e amadas leitoras, memórias…

Por favor, não insistam em usar lentes de aumento para enxergar o garoto Tchinim na imagem.

Tinha quatro anos, então.

Não estou entre os tais da foto.

Mas, digamos, que me sinto representado pelos calças-curtas.

Seii bem o que são a dor e a delícia de ser um ‘televizinho’.

A paquidérmica TV Invictos 21 polegadas, pés de palito, só chegou à sala de casa em 1958.

Chegou a tempo de Tchinim poder assistir a todos os episódios do seriado Rim Tim Tim, apesar de morrer de medo de cachorros.

PRA VOCÊS, O SAMBA E A ELEGÂNCIA DE ATAÚLFO ALVES…

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