Sign up with your email address to be the first to know about new products, VIP offers, blog features & more.

Truques e traquejos

O Velho Nasci me faz muita falta.

Aliás, como falta me faz todo aquele pessoal daquela redação de tempos idos, piso assoalhado e grandes janelas para a rua Bom Pastor.

Mas, o Nasci, como não me canso de aqui escrever, era o gran mestre, o guru da rapaziada desenxabida e barulhenta.

O cara era lavado e enxaguado nos casos e coisas da vida.

E nos ensinava com humor e amizade o tal caminho das pedras.

Truques e traquejos que hoje tento lhes repassar, sem o mesmo talento, reconheço; mas com a alma estilhaçada em saudades.

— Não estique a corda que ela arrebenta, e vai sobrar para você.

Era a dica para quem queria ir além do que podia e devia.

Para os impacientes, o recado:

— Deixe a ansiedade para o adversário. Ganhar ou perder é do jogo, da vida e dos amores.

Aliás, e por falar em amor, nessa seara, Nasci sobrava.

A um dos nossos que chegou torto por causa daquelazinha que ameaçava deixá-lo, o diagnóstico cirúrgico:

— Melhor mesmo que a zinha vá de uma vez.

— Nasci, eu gosto dela!

— Acorda rapaz, mulher quando insinua ir é porque já foi há muito tempo…

Alguém duvida da precisão do conselho?

Para a jovem repórter, apaixonada por um boleiro famoso e mulherengo, apenas uma observação:

— Esquece esse cara. Ele é no campo o que é na vida, só faz firula. Só vai lhe fazer chorar.

Com ele aprendemos – ou tentamos aprender – que coincidências não existem.

Existem encontros e despedidas.

— O que parece é, meus caros.

E a mais sábia de todas as recomendações.

— Bom malandro não chia. Parte para outra. Porque quem não é nunca será.