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Uma fábula dos dias de hoje

Gi, amiga querida…

Soube que você está em São Paulo a trabalho, fazendo e acontecendo, como de costume. Bombando, como dizem pela aí, nas capas de jornais e revistas. Que bom! Faço gosto…

Visitei algumas vezes o Brasil e me encantei com suas praias e sua gente – apesar de que, mesmo para uma ilustre personagem como eu, certas coisas que aí acontecem, não me foram muito compreensíveis.

Alguém me disse que houve uma alta autoridade que assim o definiu:

“Este país não é sério.”

Não sei se é verdade, foi lá nos antigamentes – e também não é este o motivo desta missiva.

Amiga, aproveito que está aí para lhe enviar esta carta, escrita a mão, no melhor estilo das correspondências do século passado.

Um tantinho de nostalgia não faz mal a ninguém.

Além de lhe dizer da minha saudade, tomo esta iniciativa para lhe alertar de alguns cuidados que devemos tomar a partir de recentes fatos. Creio que, mais do que nunca, devemos ficar longe das redes sociais, do Face, dos emails e até do celular.

O motivo é simples.

Podemos estar sendo vigiados – e não ficaria nada bom para nossa reputação que eventuais confidências, trocadas entre bons amigos, se tornassem públicas. Não há nada de proibido, de ilegal, no teor de nossa tricotagem. É que temos negócios que se valem de nossa mítica imagem. Somos ícones dessa era maluca, não?

Já imaginou se nos descobrem figuras absolutamente comuns, banais, com preocupações iguais às de quaisquer dos mortais?

Você, amiga, sabe que prezo muito minha privacidade.

Soube por esses dias que nosso amigo, o Baraca, deixou de ser o homem mais poderoso do mundo porque os Estados Unidos andaram espionando a vida e as mensagens de milhões e milhões de pessoas no mundo todo. O camarada Vladimir Putin, presidente da Rússia, agora é o tal no ranking da revista Forbes.

Sei que você, com esse jeito divertido, deslocado, pode achar que não tem nada a ver a minha preocupação. Mas, repare, se o pessoal grampeou os telefones da senhora Dilma e da senhora Merkel, me diga: por que não se interessariam pelas nossas mais íntimas conversas?

Enfim…

Se cuida, viu!

Por enquanto é só…

Tá feito o alerta!

Em boca fechada…

Recomendações aos familiares, ao maridão e às crianças.

Beijos
Pernalonga, o coelho

* Ah! Se encontrar o Zé Carioca por aí, diga-lhe do meu abraço e da minha solidariedade pela perda recente de um ente querido, Renato Canini, o homem que o abrasileirou…