Foto: Felipe Reis e Marianna Troccoli em “Psiu!”. Direção: Luciana Stipp/Divulgação
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Gostaria de lhes convidar para assistir à montagem “Psiu!” em cartaz no Teatro Bor na avenida Domingos de Moraes, no bairro da Vila Mariana em São Paulo.
Estreou ontem – e fica em temporada, sempre aos domingos, às 19 horas, até 19 de outubro. Passo-lhes uma breve ficha técnica. É de autoria do jornalista e dramaturgo José Paulo Lanyi, com Felipe Reis e Marianna Troccoli. Direção de Luciana Stipp, sobrinha (que privilégio, o meu!) deste que vos escreve.
Há tempos não escrevo sobre teatro; então, confesso, ainda estou sem muita certeza do que tenho a dizer sobre a peça.
Mas, não fugirei ao desafio que me imponho nesta manhã ensolarada de segunda-feira.
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Começo dizendo o óbvio:
Há tempos não ia ao teatro.
Precisou o convite da Luciana para que, na noite de ontem, parte da família se bandeasse para a sala de espetáculo – e, de lá, saísse a conversar sobre a temática da peça que nos é tão próxima: a poluição sonora, a especulação imobiliária, a saúde mental, as pequenas_grandes tristezas do cotidiano das cidades grandes… – enfim, a qualidade de vida.
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Não se espante, o amável leitor e a amável leitora.
As encrencas nossas de cada dia diluem-se, ao longo dos blocos dramáticos, na leveza de uma agradável comédia de costumes que nos propõe, por fim, boas e sinceras reflexões.
Ah, importante: ao final da encenação de ontem, houve a apresentação da Frente Cidadã pela Despoluição Sonora, com o lançamento de uma carta aberta a prefeitos e vereadores de todo o Brasil, cobrando “ações efetivas para o combate à poluição sonora”.
Permitam-me a palavra de ordem: deveríamos todos endossar a causa.
Assinem a Carta Aberta!
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Isto posto, volto à observação que fiz no começo do texto.
Há tempos não ia ao teatro.
E só agora me dou conta deste afastamento.
Explico.
Desde a primeira peça que vi, “A Moreninha”, com Marília Pera e Perry Salles, lá pelos idos dos anos 60, tomei gosto pelas encenações que aconteciam – e eram marcantes – na cena teatral paulistana. Logo em seguida – lembro bem – veio a impactante montagem de Hair num dos teatros do Bixiga, em São Paulo, com Altair Lima, Armando Bogus e Sônia Braga. Inesquecível.
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Depois seguiram-se as montagens devastadoras do triste momento político que vivíamos. Renato Borghi, Plínio Marcos, Gianfrancesco Guarnieri, Marilena Ansaldi, Rodrigo Santiago, Juca de Oliveira, Zé Celso, Chico de Assis, Ruth Escobar, Vianinha…
Era o teatro quem falava por nós.
A Arte da Resistência.
Enfim,
dá pra dizer que o teatro forjou firmemente a personalidade e a existência de toda uma geração em busca da redemocratização e “a construção de um Brasil de todos os brasileiros”, expressão/desejo que ouvi certa feita do próprio Guarnieri.
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Gostei de rememorar essas historietas no embalo da montagem de ontem à noite.
Valeu, Luciana! Siga em frente com seus sonhos e realizações!
Sabe, sobrinha, numa das minhas andanças antigas pelos palcos e plateias desta São Paulo de tantos dissabores e também de infindos amores, ouvi certa feita que “o teatro é a origem, o arcabouço e o alicerce de todas as artes””.
Bom saber que tal verdade se faz viva e atuante para além do Tik-Tok, do Instagram e das redes sociais,
Bom saber que ainda há quem viva e genuinamente nos represente.
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TRILHA SONORA
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Luciana stipp
25, agosto, 2025Muito obrigada pela presença e pelas palavras tio!
Sempre um prazer e uma responsabilidade ter vc na plateia. Vc acaba de esquentar meu coração!