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Waltinho

– E aí, blogueiro, não vai escrever mais?

– Eu?

– É, você mesmo. Está ausente desde a semana que passou.

– Pois é… Ando capenga, sem vontade de teclar… Com um vazio daqueles n’alma.

– Que que é isso, chefia! E o compromisso com os seus cinco ou seis fiéis leitores, onde fica?

– Vivo a projetar crônicas imaginárias. É minha razão de vida. Só que as guardo para mim. Ando distante do computador, desconectado de tudo e de todos.

– Calma, campeão, o fim de ano está aí. Logo chegam as festas, as férias e as esperanças se renovam.

– Tem razão. A vida é mesmo um contínuo bater de asas sem rumo e destino.

– Olha aí… Gostei. Guarde essa frase que é boa para um post futuro.

– Vou pensar nisso. O que foi que eu disse mesmo?

– Que a vida… Deixa pra lá. Conta aí uma das suas crônicas imaginárias.

– Deixe eu ver… Ouça então…

(…)

Fico lembrando a Várzea do Glicério, com seus campos de futebol de terra batida, ladeados pelos prédios do IAPI, nas manhãs de um domingo que se perdeu no tempo. A homarada se dividia às margens dos campos para assistir a confrontos memoráveis.

Os garotos de olhos arregalados admiravam os craques da bola.

Sonhavam um dia envergar a camisa de um daqueles gloriosos times:

Estrela do IAPI,

Mocidade,

Internacional,

Bangu,

Itapura,

Huracan,

entre outros,

Era ali que a vida acontecia e encantava…

(…)

Dentro da tristeza desses dias, e ainda na minha visão, percebo silenciar o burburinho dos torcedores, os jogadores se postarem em posição de respeito, a bola parar de rolar. Os improvisados árbitros das pelejas trilam o apito a indicar um minuto de silêncio…

Morreu o Waltinho, lateral esquerdo do Huracan, titular da seleção amadora do jornal A Gazeta Esportiva. Bom de bola, melhor ainda como pessoa, marido, pai, genro (a dona Yolanda que o diga!), avô e, acredite se quiser, cunhado…

Waltinho, para mim Waltão, era meu cunhado, amigo, referência e inspiração.