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60 anos do Golpe

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Lembro a tarde em que os trabalhadores da Fábrica de Latas Americana tomaram a rua Muniz de Souza para decidir se haveria greve ou não.

Não sei dizer quantos eram.

Sei que ocuparam toda a calçada onde nós, os garotos, costumávamos jogar nosso futebol no meio da tarde. Ficamos ali olhando aqueles homens sérios e preocupados decidir o que fariam. Falavam em resistir ao Golpe.

A situação era tensa.

Um deles falou em ‘guerra civil’.

A mãe apareceu no portão – e mandou que eu entrasse. Poderia haver confusão, se a polícia chegasse.

Seo Simeão ajudou a dispersar a meninada. Ele era um dos trabalhadores, além de pai dos meus amigos Claudinho e Toninho. Sempre foi um homem de poucas palavras, mas muito gentil.

Naquele dia, disse que as coisas não estavam bem. Melhor irmos para a casa, era mais seguro.

– Falam até em depor o presidente Jango. Não vamos deixar.

Era março de 1964.

E o Brasil nunca mais foi o mesmo.

* Trecho da crônica Março de 1964

Presidente Lula, até entendo, mas não justificam suas intenções.

Não dá para esquecer a data e as trágicas consequências que ainda hoje perduram.

Ditadura, nunca mais!

Assistam ao podcast Longe da Política, Não Há Salvação – e entendam a relação entre a ditadura militar de então e os dias atuais.

A ditadura e o campus

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O Golpe – 2

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Sobre o Golpe de 64

O hino da nossa geração

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