"Por enquanto é só…" (Pernalonga, coelho dos desenhos animados)
01. Já olhou o calendário hoje. Pois, é…30 de junho. O que significa dizer que lá se foram os primeiros seis meses do ano, o cabalístico ano 2000. E o tal do mundo não se acabou… Não houve o boom do milênio. E tudo continua como era dantes no quartel de Abrantes… Uma constatação óbvia, mas inquietante. Pois, são essas pausas da vida que, quase espontaneamente, surge aquela cobrança dos planos e projetos que se fez quando o ano virou. E, entre um adeus ano velho e feliz ano novo, prometemos que tudo iria se acertar…
02. Olha, companheirão de tantas e tantas colunas, posso lhe dizer que, das coisas poucas que sei da vida, é que nada sei. E tudo é possível neste mundo de meu Deus… Por isso, só o fato de estarmos aqui, olhando o futuro, já é um milagre, uma pungente graça divina que se renova a cada manhã. Verdade verdadeira! De tão sutil e poderosa, nem nos damos conta que a vida é mesmo um longo e sinuoso caminho feito, queiramos ou não, passo a passo… Pois, então, caminhemos…
03. É certo que a vida andou enroscada neste semestre. Houve de tudo um pouco. E quase nada a comemorar. Dona Nicéia pôs a boca no trombone. Um inédito (e clamoroso) entra-e-sai de prefeitos. A greve dos professores. O governador à beira de um ataque de nervos. O ministro literalmente ovacionado. As costumeiras denúncias de escândalos públicos. A violência com índices alarmantes. A miséria se alastrou. E o presidente, bem… o presidente imagina viver no que entende
o País das Maravilhas… Sorri e viaja e sorri e viaja e fala, fala, fala… Parece que estamos a dois passos do paraíso… É como diz o caipira: Eh! presidentim enganadô, sô… Só ele e a turma dele no bem bom.
04. É, não foi à toa que nascemos brasileiros. Apesar de todos os pesares, vamos tocando em frente, e seguindo a canção. A esperança ainda é nossa pedra filosofal e nos projeta acima do bem e do mal. Se é que me cabe dar algum conselho para o restante do ano — e da vida, tomo por base o bom-senso do administrador interino, o engenheiro Serafim Fernando da Motta Soares, que prefere não dar entrevistas, não fazer planos, nem sair em fotografias nos jornais. Mirou-se na empolgação dos três antecessores que sequer esquentaram o lugar…
05. Ou seja, nunca é demais ouvir a voz da experiência: Prudência, algum trocado no bolso e caldo de galinha não fazem mal a ninguém…