Retomo o nosso modesto blogar diário com o registro de duas notícias tristes que ocorreram no período em que estive ausente deste espaço: as mortes de Miéle e Yoná Magalhães, dois grandes nomes do cenário artístico cultural.
Muito já se escreveu sobre eles por escribas mais bem capacitados que eu. Mas, faço questão do registro como forma de homenagem e saudade.
Miéle é um desses casos únicos, raros, no showbiz brasileiro. Brincava nas sete, como os amigos gostavam de dizer: era produtor, apresentador, roteirista, cantava, dançava, representava , um grande e divertido contador de causos e histórias.
Estava com 77 anos, acabara de escrever um livro autobiográfico e estava cheio de planos, como ficou evidenciado na última entrevista que deu ao amigo Jô Soares dias antes de morrer.
Yoná foi um dos pilares da teledramaturgia brasileira, embora tivesse relevantes participações no teatro e no cinema. Era uma mulher lindíssima – talvez a mais bonita que vi ao vivo e em cores, mesmo no tempo em que só havia TV em preto e branco.
Explico o causo.
Naqueles idos dos anos 60, os jovens de então – eu, entre eles – tinham a bucólica mania de encerrar a noite com um café nos bares do aeroporto de Congonhas.
Não me perguntem o que nos motivava a tamanha aventura.
Não saberia lhes dizer.
Mas, sei que em uma dessas venturosas jornadas a vimos. No esplendor de seus trinta e poucos anos. Morena, porte de rainha, deslumbrante, uma cena corriqueira, casual. Yoná passou por nós, e eu a admirei e não a esqueci.