Vou dizer aqui – e, creio, frustrar a expectativa de alguns dos meus raros leitores. Que não são muitos, mas são fiéis e eu os prezo:
“Não sou um ser olímpico.”
E, nessa altura da minha vida, não penso em ser. Nem seria possível.
II.
Vai daí que em nada me entusiasma o evento que se aproxima a ser realizado no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro.
Aliás, que fique claro: não sei se era hora para que o tal aconteça em Terra Brasilis.
Não vivemos lá dias tranquilos. Bem ao contrário.
Não era hora de perdermos o foco.
São nesses momentos que as felpudas raposas avançam sobre o galinheiro.
Enfim…
III.
Estou me preparando para resistir a tentacular cobertura midiática que se anuncia. Olimpíada, olimpíada, olimpíada. Manhã, tarde e noite.
Temo que assuntos, bem mais relevantes, como a precarização das leis trabalhistas fiquem relegados a um plano secundário diante de um novo recorde de Usain Bolt.
Será um considerável vacilo. Nosso; não dele.
IV.
Pode até acontecer de, ao longo dessas próximas semanas, não resistir e escrever algo sobre o cotidiano das pistas, das quadras ou das piscinas. Mas, de antemão, lhes garanto: não imaginem ler aqui um diário dos fatos e dos feitos das cento e tanto especialidades esportivas que compõem o imenso painel das Olimpíadas.
Sou indiferente ao chamado quadro de medalhas.
IV.
Vocês me conhecem: gosto mesmo de futebol.
E penso que o esporte mais popular do mundo não tem muito a ver com o tal ‘espírito olímpico’, propalado pelo Barão de Coubertin, o chamado Pai dos Jogos Olímpicos da Era Moderna:
“O importante é competir”.
Vá o incauto leitor dizer lá, no meio da Mancha Verde, que tanto faz a vitória ou a derrota do Palmeiras. O importante é o jogo jogado.
Sei não o que sobrará do infeliz.
Eu, hein!!!