Avisam-me que cometi um equívoco no texto de ontem.
Pois é, meus caros, quem tem amigo não morre pagão. O nosso Presidente Tabajara que o diga… Aposta todas suas fichas na turma do “Abra-te Sésamo” que lhe acode no Congresso. Só assim para escapar das denúncias que a Procuradoria Geral da República despeja por lá. Uma após outra. A de agora diz respeito à “obstrução de justiça”.
Claro que o Presidente Tabajara vai dizer que tudo não passa de “ilação”, uma “perseguição político” que pretende aniquilar “os feitos do meu Governo” (meu, dele óbvio!) e cousa e lousa e mariposa.
Enfim…
Mas, estou aqui para retificar o tal equívoco que ontem perpetrei.
Acho que ando mesmo saudoso das conversas e da companhia do amigo Escova. Tanto que acabei creditando a ele (Escova) uma frase que, a bem da verdade, era do grande Nasci, um dos nossos mestres na velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para rua Bom Pastor.
Um atento conhecedor da vida e dos amores – inclua-se no contexto os bastidores de outros tantos segmentos sociais – era do Nasci a observação de que o político, via de regra, acredita piamente nas “abobrinhas”, fantasiosas ou não, que ele diz em seus discursos para, posteriormente, “vendê-las” sem qualquer constrangimento aos incautos que lhes ouvem.
Por isso, Nasci dizia com toda a segurança que fosse qual fosse o político – de vereador a presidente da República -, mesmo que fosse submetido a um detector de mentiras, o bofe sairia ileso da contenda.
Vivíamos outros tempos, é bem verdade. Mas, de lá pra cá, os amigos aí do outro lado da telinha podem acreditar: o 171 dos caras está cada vez mais elaborado. Diria que nem o grande Rolando Lero, da Escolinha do Professor Raimundo, teria desempenho melhor.
Feito o reparo, gostaria de acrescentar, em tom de reverência mesmo, que outros mestres na nossa “saudosa maloca” (passei dia desses na rua Bom Pastor – e vi que o casarão azul-espanto onde vivemos por longos e longos anos foi demolido e, em seu lugar se erguera mais um “espigão” no Ipiranga) eram o Tonico Marques e o Zé Jofre.
Os caras sabiam muito – e nos davam as boas coordenadas para entender o mundo, o Brasil, o jornalismo e, sobretudo, do lado de quem devíamos – e por quais causas – deveríamos lutar…
Tento representa-los – a eles e a seus ideais – quando estou em aula, na Universidade. Mas, tenho de reconhecer: esforçar, eu me esforço, mas não tenho a grandeza dos meus velhos camaradas.