Venho para o teclado sem pressa e, acreditem, sem tema.
Vale-me unicamente o desafio de fechar a crônica de hoje.
Aonde vamos chegar?
Sinceramente, eu não sei.
Se o amigo leitor ou a amiga leitora ou ambos estiverem disponíveis e toparem me acompanhar na empreitada, vou me sentir prazerosamente honrado.
Como sabem os que aqui me acompanham, as lembranças hão de oferecer generosamente o tom da conversa.
Uma coisa leva a outra e a outra e a outra… e assim vamos tocando em frente.
Bom que seja assim.
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A propósito, comecemos pela debochada definição de um amigo, o Júlio:
“O Blog é o playground do jornalista”.
Há um tom de crítica na frase. Legítimo naqueles primórdios da web em razão do descompromisso, das literatices e outras tantas viagens que ousamos fazer por aqui.
Como esta que faço agora.
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Em tempos não tão remotos, seria inimaginável este estica-e-puxa de hoje dentro de uma redação. Sempre atenta à objetividade dos fatos e das situações.
“Escrever é cortar palavras” – eis a primeira lição de um antigo manual de redação da Abril.
“O jornalista deve ser objetivo, claro e conciso na narrativa dos fatos” – eis outro mandamento dos tantos e tamanhos que nos eram ensinados logo nas primeiras aulas do curso de Jornalismo.
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Sim, meus caros – ainda estão aí? – a pegada hoje é outra. Para o bem e para o mal.
Lembro Millôr:
“Livre pensar é só pensar”.
Vale agora – e também – para o pensar e para o escrever.
Afinal, nas enxutas redações (que ainda resistem), os colunistas são em número bem maior do que os valentes repórteres.
E aqui eu faço uma pausa para lamentar, pois a essência do Jornalismo, creiam, é a reportagem.
Sempre será.
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Olho pro meu umbigo
No meu caso, comecei como repórter-estagiário (ô raça!), passei a redator, virei chefe de redação, editor, colunista, diretor responsável e, por fim, cronista. Tudo junto e misturado sem nunca deixar de me sentir, ser e agir como repórter.
Não sou o melhor dos exemplos.
Aliás, não sou nada, mas deu pro gasto.
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Na velha redação de piso assoalhado, o mestre Nasci dizia que eu deveria escrever sobre futebol. Era bom no riscado, na opinião do amigo. Cheguei até a trabalhar na área (ainda hoje arrisco um ou outro comentário por aqui. Não nesta semana, por motivos óbvios. O Palmeiras perdeu.), mas gostava mesmo de cobrir a área de Cultura, mais precisamente as novidades da chamada MPB.
Por isso, ainda hoje, penso que o Nasci estava zoando comigo.
Queria tirar o meu foco.
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Outro veterano da nossa redação – e não menos mestre -, o Zé Jofre comparava o meu texto aos de outros colegas. Mais objetivos e precisos na apuração dos fatos. Dizia que eu me saía melhor quando trabalhava em determinadas situações quando não havia uma notícia propriamente dita. Quando fosse um tema mais aberto, que me permitisse uns devaneios de cronista.
Os textos sobre o Natal, por exemplo. Sobravam todos pra mim.
Eu gostava – e gosto. Fiz até um livro a partir dessas ponderações de fim de ano.
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Por falar em livro, aproveito para lembrar aos caríssimos leitores que, a partir de amanhã, começa a Bienal do Livro no Rio de Janeiro. Estarei no estande da Travassos Publicações, com o lançamento da coletânea…
Pela Janela do Mundo (Ou o mundo pela janela)
Penso que será uma experiência válida, e divertida.
Alguém disse, certa vez, que “entendia o paraíso como uma espécie de biblioteca”. Imagine, então, uma grande feira literária…
Vai até o dia 8 de setembro.
O que você acha?