Ansiosos, minha cara, todos somos.
Um tanto mais hoje, um tanto menos amanhã, enfim…
Não há como escapar à sensação de se estar diante da realização do próprio sonho.
Tem um dito antigo, não lembro quem cravou:
“Quem não desconfia de si mesmo não merece a confiança dos outros.”
No varejo, creio que seja por aí.
No atacado, fico com a impressão que faz parte da nossa pia condição humana.
…
No mais, penso – e nem sequer preciso consultar a amiga e psicóloga Verônica Aravena – que não há mal nenhum nessa, digamos, aflitiva indagação:
Será que sou o que imagino ser?
Ou, por outra:
Será que chego lá?
O tempo, aquele que não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém, deixa-nos ainda mais pilhados.
O tempo. Parece voar.
Nos dia e hora aprazados, o que tiver que ser – inevitavelmente – será.
…
Deixa eu lhe dizer, moça.
Desde que não seja algo doentio que nos paralise e faça perder a visão real dos fatos, essa fissura quase shakespeariana (“ser ou não ser, eis a questão”) pode ser uma boa.
Dá impulso às nossas conquistas. Especialmente quando estas se fazem no coletivo, em prol do almejado bem comum.
Não sei bem o porquê me veio à mente a cena final de muitos filmes do grande Charles Chaplin: o Vagabundo com seu passo miúdo e sacudido a seguir estrada afora (ora com a amada ao lado ora sozinho) para um novo tempo, uma nova ventura que, certamente, lhe espera em algum canto do mundo.
Ansiedades à parte, imagine uma bela trilha sonora…
Que tal esta?
…
Sei que o momento tão atribulado, de exacerbado individualismo, que enfrentamos tenta toldar o riso, a poesia e o sonho.
Andamos, não sem razão, atônitos e descompassados.
Mas, é perda de tempo esperar o momento preciso, as condições ideais.
O ator italiano Vittório Gassman tinha uma bela definição para nossa existência.
Ele gostaria que fosse assim como o teatro. Haveria um tempo de ensaio – e, posteriormente, viveríamos à vera, pra valer.
Como só temos esta vida, tratemos de vivê-la plena, intensa e, se possível, magicamente.
Lembre:
Improvável não é sinônimo de impossível.
É isso!
O que você acha?