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Tributo a Vladimir Herzog

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Depoimento a repórter Leila Kyiomura, do Jornal da USP:

Lembro que soube da morte do jornalista Vladimir Herzog após assistir ao espetáculo “Brasileiro, profissão esperança”, de Vianinha.

Os atores Paulo Gracindo e Clara Nunes não se mostravam confortáveis em cena. Estavam visivelmente emocionados. Havia um clima de profunda tristeza e, diria, indignação nas falas de cada um.

Imaginávamos, na plateia, que algo não estava nos conformes, mas não sabíamos exatamente o quê.

Ao fim da sessão, os aplausos.

As cortinas se fecham. Tornam-se a abrir e os protagonistas curvam-se em agradecimento.

Clara Nunes não contém o choro. Paulo Gracindo dá um passo à frente e nos informa sobre triste notícia:

“O jornalista Vladimir Herzog morreu hoje no DOI/CODI em São Paulo”.

Herzog era, na ocasião, professor de jornalismo da ECA/USP.

Dava aulas de telejornalismo para a nossa turma.

Também era editor responsável pelo Jornal da Cultura que ia ao ar tarde da noite. Mesmo assim, chegava cedo na USP para as primeiras aulas da manhã. Exigia o mesmo comprometimento por parte dos alunos.

Recordo o dia em que nos pautou para um trabalho no fim de semana.

Um grupo de alunos ameaçou reclamar.

Herzog não deixou por menos:

“Quem quiser ser jornalista tem de encarar os desafios que a profissão nos impõe. Se não for assim, é melhor procurar outra coisa para fazer na vida.”

Falou e disse.

Não havia formalismo, nem pose de dono da verdade. Apenas, nos deu a exata noção do que deveria ser um dos pilares do ofício e que, decididamente, não estava ali só de passagem.

Leia a seguir a íntegra da bela reportagem:

Quem é o ser humano Vladimir Herzog?

(A resposta está na Nova Ocupação do Itaú Cultural, que revela os sonhos do fotógrafo, cineasta, jornalista e pai)

Foto: Acervo Instituto Vladimir Herzog

Gravada naquele mesmo ano de 1975, esta canção de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos é um grito de contestação ao Regime Militar então vigente no país.

Um alerta tristemente pertinente aos dias atuais. De queimadas e incivilidades.

Também a  nós cabe a resiliência de não perguntar “aonde vai a estrada.”

Temos de seguir na resistência “com o brilho cego de paixão, e fé”.

Deixar a luz brilhar…

E refazer o pão de cada dia…

 

 

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