Foto: Arquivo Pessoal
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Lembra-me o leitor Eduardo que hoje (26 de abril) “nossa combativa Gazetinha completaria inefáveis 64 anos de existência”.
Diz mais:
Que sente falta do “Porta Voz do Ipiranga” que todas as manhãs de sexta-feira chegava em casa pelas mãos do simpático entregador;
Que, vez ou outra, foi nos procurar na velha redação na avenida Bom Pastor, com sugestões de reportagens;
Que sempre foi “bem recebido”, pois as pautas “eram de interesse da coletividade”;
E que, lembra-se bem, do entusiasmo com que fazíamos o jornal.
“Vocês acreditavam que conseguiriam consertar o mundo.”
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Sinto-me lisonjeado com o comentário do meu antigo/novo leitor.
Acordei justamente pensando no aniversário de GI.
A batucar letrinhas na velha Olivetti, entre riscos e rabiscos nos diagramas das páginas, idas e vindas pelas ruas do bairro entre outras tarefas, por lá fiquei quase 30 anos – de 1974 a 2003.
Uma existência, não?
Simultaneamente, trabalhei em diversos lugares, mas a Gazeta do Ipiranga era meu trepidante porto seguro.
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Como escrevi na apresentação do meu primeiro livro, Às Margens Plácidas do Ipiranga, não é imodesto dizer que, ali, ao lado de inestimáveis amigos, fundeei sonhos e esperanças na construção de um Brasil verdadeiramente de todos os brasileiros.
Lutamos, à nossa maneira, com nossas reportagens e fé, pela redemocratização do País, contra o arbítrio da ditadura vigente e pelos valores éticos e cidadãos que compõe uma Nação socialmente justa e solidária.
Desconfio que não foram vãs nossas jornadas.
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Verdade verdadeira, amigo Eduardo, eram outros tempos.
Mais românticos?
Talvez.
Melhores?
Sinceramente não sei lhe dizer.
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Entendo pelo tamanho da minha saudade, a falta que a Gazetinha nos faz.
Diz aquele verso da canção:
“Temos o nosso próprio tempo.”
Mas, posso lhe assegurar:
Vivemos o que nos coube com honradez e coragem.
De resto, o preço da liberdade e da democracia é a eterna vigilância.
A luta continua, amigo.
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Amândio Martins
27, abril, 2022Realmente, caro.
A Gazetinha marcou a vida de muita gente.
Adotei o Ipiranga há 33 anos como minha casa, desde que aqui cheguei, nos idos dos anos de 1989, “viciei-me” de tal maneira na leitura do jornal a ponto de, inúmeras vezes, impaciente por esperar o entregador passar, dirigir-me à sua sede (Rua Bom Pastor) para retirar meu exemplar.
Assim, informado ficava das coisas do bairro da Colina histórica.
Quantas saudades, meu amigo.
Relembrar e viver.
Valeu!