Foto: Divulgação
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De saída, deixo claro:
Pouco sei sobre a Sra. Ana Hickmann.
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Sei que é gaúcha, foi modelo, manequim e depois se transformou em empresária e apresentadora de TV.
Sei ainda que lamentavelmente hoje a moça é notícia nos portais e nas redes sociais por um dos males da nossa sociedade que este século 21 escancarou à opinião pública.
A violência contra as mulheres.
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Ela e o marido se desentenderam por questões outras – e o tal resolveu agir com truculência para mostrar quem mandava na casa – e quem era quem não fila do pão.
Um comportamento tristemente comum, deplorável desde sempre – mas, que hoje têm maior visibilidade e menos tolerância.
Vocês sabem da história melhor do que eu.
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Ademais, não ouso meter a colher em briga de marido e mulher.
Todo e qualquer gesto de violência é deplorável.
Abomino.
E lamento.
Isto posto, quero mesmo lhes contar uma história.
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Nos últimos anos da Dona Yolanda, minha mãe, ela tinha uma cuidadora que lhe fazia companhia no pequeno apartamento onde morava – e era, como a mãe dizia, o único luxo que fazia questão de ostentar em vida.
Certa manhã, fui lhe visitar antes da minha jornada de trabalho.
Encontrei a mãe em ‘polvorosa’ (palavra que usava com frequência diante de qualquer adversidade).
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Motivo:
A moça lhe pediu uns 15 dias de férias.
Queria visitar os parentes no Ceará.
– E agora? – indagava-se a mãe. – Como fazemos?
– Uai, respondi. – Ela sai de férias e a gente se ajeita por esse tempo. A senhora fica uns dias em casa. Duas semanas passam rápido.
– Você não entendeu. Ela não vai voltar.
– Por que não?
– Porque sim.
– Ela lhe disse algo?
– Não.
– Então…
– Então, olha só, filho: ela vai de avião.
– Que bom. É mais rápido. Menos cansativo.
– Você não entende mesmo. Não vai voltar.
– Volta sim.
– Não volta. Veja bem: ela vai de avião…
– E daí?
– E daí… Que ela até comprou óculos da Ana Hickmann.
-E?
– Quer ou não quer ser madame?
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O que você acha?