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“Lembro a tarde em que os trabalhadores da Fábrica de Latas Americana tomaram a rua Muniz de Souza para decidir se haveria greve ou não.
Não sei dizer quantos eram.
Sei que ocuparam toda a calçada onde nós, os garotos, costumávamos jogar nosso futebol no meio da tarde. Ficamos ali olhando aqueles homens sérios e preocupados decidir o que fariam. Falavam em resistir ao Golpe.
A situação era tensa.
Um deles falou em ‘guerra civil’.
A mãe apareceu no portão – e mandou que eu entrasse. Poderia haver confusão, se a polícia chegasse.
Seo Simeão ajudou a dispersar a meninada. Ele era um dos trabalhadores, além de pai dos meus amigos Claudinho e Toninho. Sempre foi um homem de poucas palavras, mas muito gentil.
Naquele dia, disse que as coisas não estavam bem. Melhor irmos para a casa, era mais seguro.
– Falam até em depor o presidente Jango. Não vamos deixar.
Era março de 1964.
E o Brasil nunca mais foi o mesmo.“
* Trecho da crônica Março de 1964
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Presidente Lula, até entendo, mas não justificam suas intenções.
Não dá para esquecer a data e as trágicas consequências que ainda hoje perduram.
Ditadura, nunca mais!
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Assistam ao podcast Longe da Política, Não Há Salvação – e entendam a relação entre a ditadura militar de então e os dias atuais.
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A ditadura e o campus
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O hino da nossa geração
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