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A oração, o fiel e o Padre França *

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Foto: Wilson Luque

Uma oração para quem quiser, para quem precisar…

(Porque hoje – 22 de maio – é data litúrgica em que se reverência “a Santa das Causas Impossíveis”)

Santa Rita,
Vós que conheceis os corações
Dos homens aflitos e angustiados,
Vós que conheceis o meu coração,
Interceda por mim,
Pelos meus sonhos,
Pela minha vida,
Pelo meu amor.
Santa Rita,
Interceda por mim
E eu vos serei grato
E para sempre
Me curvarei a seus pés.
Eu confio em Deus Pai,
Todo Poderoso,
Em sua força,
Em sua glória.
E peço a Vós que
Ilumine e guarde o meu caminho.
Agora e sempre
Interceda por mim,
Ó Santa das Causas Impossíveis,
Amém

II.

Vejo o homem caminhar – passos lentos, indecisos – pelo corredor central da igreja de São José do Barreiro.

Como se mais ninguém houvesse ali, ele faz sua oração em alto e bom som.

Traz alguma aflição na voz.

Tem feições rudes, trajes humildes.

Os olhos fixos, vidrados, no altar central.

Parece conversar diretamente com as imagens dos santos que ali estão.

Procuro pela representação de Santa Rita, aclamada com tamanha devoção e fé.

Está mais à direita.

Numa capela lateral, encravada na parede.

É diferente da santinha de Cássia que habitualmente se vê em outros tabernáculos.

O hábito é marrom (num tom mais claro), detalhes em fios dourados que lhe cobrem e escondem os pés. O semblante menos doído. Traços mais suaves sugerem uma paz interior; plena e única. Retratam o encontro, a sintonia com o supremo, o divino.

É exatamente para lá que o homem caminha.

Ajoelha-se e, silenciosamente, imagino, concluir a prece.

III.

A pequena São José do Barreiro é uma espécie de refúgio para mim e para os meus.

Situa-se ao pé da Serra da Bocaina e faz parte das chamadas cidades históricas do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.

Tem uma bela igreja matriz construída em fins do século 19, onde viveu por décadas o saudoso Padre França que, estou certo, deixaria orgulhoso o Papa Francisco. Era desprovido de qualquer bem material, pregava a humildade e o senso de fraternidade.

“Um santo homem”, ainda hoje ouço os antigos moradores lamentarem o seu falecimento.

IV.

Enquanto assisto a cena, surpreende-me a certeza de que a obra sobrevive ao homem.

Admito para mim mesmo que todo aquele ritual de fé – que agora vejo e admiro – é parte do legado do Padre França.

O homem que ali está, um dia, lá trás, quando criança, foi evangelizado.

É provável que o próprio Padre França tenha lhe ensinado a prece e, mais do que isso, a força de acreditar no que está por vir. (Apesar de todos os pesares.)

Que assim seja…

* Crônica originalmente publicada em outubro de 2013

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