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Assim como o Snoopy

Dia desses escrevi aqui no blog sobre uma das conquistas da minha geração – a suprema liberdade de usar a camisa para fora das calças. Citei como exemplo mais emblemático o Faustão que andou perambulando mais à vontade pelo seu Domingão.

Vejo hoje no Estadinho de ontem que outro célebre contemporâneo bate na emblemática casa dos 60.

Trata-se do charmoso cãozinho de Charles Brown, o Snoopy, criação do cartunista americano Charles M. Schulz, para a série Peanuts (que no Brasil ganhou o título de Turma do Minduim).

Pois é, rapaziada, como ensinava o velho jingle:

O tempo passa… O tempo voa…

Como mostra a reportagem do amigo (bem mais jovem) Dado Carvalho, Snoopy é um beagle cheio de estilo. Desfila a bel prazer suas múltiplas personalidades, inspiradas em ícones que, de algum modo, marcaram sua existência. Em suas imaginosas aventuras, ele pode ser um destemido aviador da segunda grande guerra, um astronauta, um quase hippie que atende pelo nome de Joe Cool, um super esportista e por aí vai – óbvio, que sem deixar de ser o velho e bom Snoopy e sem sair do seu lar doce lar.

Claro que Charles Brown entra e parafuso ao tentar entendê-lo.

Não o condeno.

Essa diversidade de caminhos – e a espontaneidade para percorrê-los – parece ser característica natural dessa geração. Que, de um modo ou de outro, consolidou o rock, viu surgir os Beatles e os Rolling Stones, saiu as ruas de Paris com o refrão “É proibido proibir”, viveu o Woodstock, viajou para Era de Aquarius sob o lema Paz e Amor, cresceu, virou gente grande, constituiu família, virou yupiie nos anos 90…

Agora, mesmo vendo os filhos se tornarem adultos e tomarem as rédeas do mundo, continuam pelos becos e bocas, sem saber exatamente qual é o seu lugar. Correm atrás de algum sonho – mesmo que seja uma bucólica viagem a Miami ou às inóspitas montanhas do Tibet — sem esquecer, porém, de atualizar seu perfil no Facebook.

Assim como o Snoopy, e como bem mostra a corrida pelos ingressos para o show de Paul Macartney, temos lá nossas mil faces.

O sonho, meus caros, não acabou…