Estive na noite de ontem em mais uma formatura das turmas de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo.
É sempre emocionante participar dessas cerimônias.
Usei como mote de minha breve fala uma frase do argentino – parece que os hermanos estão na moda, hein? – Jorge Luis Borges que, aliás, já repeti aqui, neste modesto espaço, repetidas vezes:
“A gente pode tudo nesta vida. Só não pode sem fazer infeliz”.
É uma das raras certezas que tenho nesta vida de meu Deus.
Aliás, há o verso de uma baladinha antiga, de Kleiton e Kledir, que vez ou outra me surpreendo a cantarolar:
“Ser feliz é tudo o que se quer”.
Mas, isso não disse a eles – me escapou, também não sei se caberia para o momento.
Vá que alguém conhecesse o verso seguinte: “Ah! esse maldito fecho eclair”. O que poderiam imaginar os formandos, os pais dos formandos, os avós dos formandos, os amigos dos formandos, os ilustres mestres que comigo dividiam a mesa:
“Esse professor tá cheio de ideinha”.
Enfim…
Disse-lhes de outra certeza. Que o jornalismo vive um momento de transição causado, entre outros fatores, pelo imediatismo da informação, pelo predomínio dos veículos eletrônicos e pela cada vez mais aguda interatividade entre o receptor e quem produz a notícia que o mundo digital divulga, sem qualquer controle.
São avanços irreversíveis, e que não possuem qualquer guardião.
Disse também que é balela a história de que uma geração é melhor do que a outra. Que estou convencido de que eles saberão preservar o caráter e o senso de interesse público como pilares do fazer jornalístico.
E que assim agindo não estarão na contramão da modernidade. Apenas farão da Imprensa um instrumento de mediação das transformações sociais. Aliás, é o que deveria acontecer, seja qual for a época…