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Brevíssimas em Cuba (4)

Visito o Hotel Ambos Mundos, na colonial Havana Velha.

Lá, no quinto andar, morou por uns tempos o escritor Ernest Hemingway.

O quarto que hoje abriga um brevíssimo museu é pouco mais do que átrio, de tão modesto.

Contam-me que foi ali que ele escreveu os primeiros cinco capítulos de O Sol Também Se Levanta.

Aliás, em uma das vitrines, estão em exposição obras de Hemingway em diversos idiomas. Entre os tais, descubro o volume com tradução para português do clássico supracitado, assinada por Monteiro Lobato. Uma raridade.

O último andar do velho edifício abriga hoje ampla varanda, onde um simpático bar funciona à espera dos turistas. Como atração mais do que especial, os mojitos que os garçons insistem em dizer era o drink preferido do escritor.

Há quem acredite!

Alguns quarteirões à frente, encontro o boteco de parede rabiscadas por celebridades e não celebridades, o Bodeguita. Mais referências de Hemingway por aqui.

A cantoria é generalizada. O espaço é pequeno, e malajambrado.

Desisto de bebericar outro mojito.

Fico atento as histórias que me circulam entre os turistas.

“Hemingway viveu em Cuba por 23 anos. Depois de viver no hotel, comprou uma bela casa nos arredores de Havana que hoje também se transformou em museu.”

“Ele era um destemido. Topava todas as lutas que lhe apareciam pela frente.”

“ Pertenceu à geração perdida de escritores americanos do início do século. Era mais um bom vivant.”

“Ele teve três casamentos – e dezenas de amantes.”

A esse comentário, algum perturbado acrescentou impiedoso:

— Não me admira levar o fim que levou (suicidou-se com um tiro de espingarda).

Ops! – pensei comigo, está na hora de ir embora…

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