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Brevíssimas em Cuba (5)

Félix é o faz-tudo de plantão no hotel em Varadero, paraíso de pequenas e acolhedoras praias que se sucedem a hora e meia de Havana.

É um negro alto, esguio; de sorriso largo.

Por volta das 11 da manhã, com estridentes apitos, convoca os turistas para uma sessão de ginástica dentro das águas quentes do mar caribenho. Só sossega o apitaço, quando reúne dezenas deles alinhados dentro d’água.

Aí se dá por feliz – e o silêncio volta reinar. Por alguns instantes, meus caros, por alguns instantes…

O som sacolejante de uma rumba anima os incautos “atletas”.

Só a partir deste momento, Félix deixa transparecer toda a sua felicidade.

Nem bem termina a brincadeira, lá está Félix e sua turma na areia. Agora, ao ritmo do chá-chá-chá, ele é o professor de uma aula de danças. Todos se divertem. Até mesmo os empacados por natureza, como eu, que se alegram só em olhar a festa que turba faz.

(…)

Meio de tarde, o sol bate e se inclina por toda a extensão da piscina.

O convite à meditação e ao descanso é novamente interrompido por um som que todos, no lugar, identificam logo.

Pois é…

Félix está a toda.

Convoca o pessoal para partidas de vôlei na quadra a poucos metros de distância.

Logo arregimenta três times que alternam em disputas que assim, ao longe, me parecem bem acirradas.

Entre os atletas é possível identificar idiomas os mais diversos.

Félix ora completa uma das equipes ora é o implacável juiz das partidas.

Haja fôlego!

(…)

À noite, após o jantar, o letreiro em frente a um dos salões do hotel anuncia atração imperdível: Latin Music Show, com dançarinos, músicos e cantores – entre os quais um “invistado” do Buenas Vistas Social Club.

Desde o primeiro dia que se chega a Cuba, os shows de música caribenha, com a presença de um ex-participante do grupo mais famoso do país, são uma constante na vida do turista.

Mesmo confiando/desconfiando do letreiro, vale a pena dar uma espiada.

Vamos nos alegrar na certa. Os ritmos são invariavelmente contagiantes.

(…)

Dentro do anfiteatro para 200 pessoas, abrem-se as cortinas e as luzes todas concentram-se na figura enigmático do mestre de cerimônia do espetáculo.

Negro, alto, esguio, vestindo um lustroso terno cinza, adivinhem o nome do homem que, cerimonioso que só, nos dá boas vindas?

Félix, o tal.

Ainda bem que, ao menos nessa função, ele não vai precisar de apito.
É o que eu imagino…