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Brevíssimas em Cuba (6)

Volto para Havana para embarcar de volta ao Brasil.

Tenho um tempo antes de seguir para o aeroporto. Resolvo, então, dar o último bordejo pela cidade.

Não posso me demorar. Coisa de hora e meia, duas horas; se tanto…

Vejo um rapaz pilotando um triciclo made in China, que por ali tem a serventia de táxi para turistas e mesmo para alguns cubanos.

— Levar os amigos do Exterior é sempre um honra, além de bem mais interessante. São mais generosos nas gorjetas.

Foi assim que conheci Rodobel – é este mesmo o nome do rapaz. Tem aí por volta de 30 anos, é magro que só. Mas, garante que dá conta do recado:

“É o meu trabalho, senhor”, diz ao mesmo tempo em que me mostra a licença concedida pelo Departamento de Turismo do Governo para trabalhar com o veículo.

Decido encarar a parada – e lá vamos nós pelos becos e bocas da capital cubana.

Andamos por quase duas. Fomos até conhecer um reduto da autêntica rumba.

Confortável, confortável, posso dizer que a jabirosca não é.

Valeu pelo vento no rosto na tarde de sol, e também pela simpatia do falante rapaz.

“Sou um homem enamorado”, dizia ao ver as “chicas” que passavam.

Admirei sua persistência. Mexeu com todas. Nenhuma lhe deu resposta.

Mesmo assim, continuou risonho, e feliz.

Talvez pensasse na boa grana que lhe renderia carregar, para lá e para cá, este pançudo escriba.

Paramos para uma cerveja – e ele continuava matraqueando e sorrindo:

— Fique tranqüilo, senhor, logo chegaremos ao hotel. Leve de Cuba a certeza de que somos um povo feliz – apesar do que dizem. Não vivemos para o trabalho.Trabalhamos, sim. Mas, para viver e nos divertir…