Uma página infeliz da nossa história se deu, ali, diante dos meus olhos nas instalações do prédio da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Ano de 1975.
Envolveu dois personagens do meu (ainda que circunstancial) convívio.
O jornalista Vladimir Herzog e o cineasta João Batista de Andrade eram amigos e nossos professores do terceiro ano da turma de Jornalismo.
Em outubro do mesmo ano, Herzog foi preso, torturado e assassinado nos porões do DOI/CODI em São Paulo.
Desde então Andrade passou a ser seu mais completo e fraternal biógrafo.
Registrou os fatos trágicos com indignação, talento e coragem.
* Escrevi sobre o tema no Jornal da USP. Leia AQUI!
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Ontem, 1° de julho, o Instituto Vladimir Herzog disponibilizou o documentário Duas Vidas – Uma só luta, a carinhosa homenagem de Andrade aos 80 anos de Clarice Herzog, viúva de Vlado, completados nessa data.
Trata-se de oportuno registro da trajetória desta admirável mulher.
Um exemplo de luta e total comprometimento com a democracia e o bem comum.
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Essa luta – que é de homens e mulheres sensatos que se opõem à tortura e ao autoritarismo – é a fonte de inspiração para os versos eternos do eterno Aldir Blanc na canção “O Bêbado e a Equilibrista” [na lindíssima parceria com João Bosco].
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarices
No solo do Brasil
Assistam!
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O que você acha?