O blog passou batido pelo aniversário de José Domingos de Moraes, dia 12.
Falha imperdoável que agora, humildemente, pretendo reparar.
Dominguinhos, o mais dileto discípulo de Gonzagão, completou 70 anos.
Parceiro de grandes nomes da MPB (com Chico Buarque fez “Isto Aqui Está Bom Demais”; com Gil, a obra prima “Eu Só Quero Um Xodó”, entre outros e outras), Dominguinhos transformou sua vida em belíssima – e consistente – obra musical, bem ao estilo do mestre Luiz Gonzaga, o eterno Rei do Baião.
Trabalhei por muito tempo como repórter na área de MPB e entrevistei o sanfoneiro diversas vezes.
Era sempre uma alegria.
Um papo gostoso, com uma pessoa simples que nunca posou de pop star.
Em 1979, estava nos bastidores do palco do Palácio das Convenções do Anhembi trabalhando na cobertura de um extemporâneo Festival de Música Popular, promovido pela então TV Tupi de São Paulo. Por uma dessas circunstâncias do acaso, ouvi de um dos organizadores que a música vencedora era “Quem Me Levará sou Eu”, de Fagner e Dominguinhos. Avistei em outro canto da coxia os dois que conversavam animadamente sobre um assunto qualquer, do cotidiano. Perguntei, então, como se sentiam como ganhadores do grande prêmio daquele dia. Sorriram, cumprimentaram-se e responderam-me quase que em uníssono:
— A gente gosta mesmo é de tocar e cantar.
E continuaram a prosear, como se nada houvesse, até que fossem chamados ao palco para receber o prêmio e cantar a linda canção.