Novas pesquisas divulgadas hoje dão conta que o candidato Celso Russomano solidifica-se na dianteira das intenções de voto, com a preferência de 35 por cento do eleitorado paulistano. O tucano José Serra aparece em segundo, com 21 por cento. O candidato petista, Fernando Haddad, recuou de 17 para 15 por cento, além do que viu aumentar o índice de rejeição, mesmo com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da silva e da presidenta Dilma Rousseff.
Os números são do Datafolha.
A 17 dias do pleito, ouso dizer que Russomano se garante no segundo turno. Serra e Haddad vão neste embate, cada vez mais acirrado, até as últimas horas da votação em 7 de outubro.
Os demais candidatos,me parece, agora fazem figuração e suas assessorias já planejam futuras alianças.
Nunca é demais lembrar, porém, que as eleições para Prefeitura de São Paulo são sempre imprevisíveis.
II.
Aliás, em recente post – Eleições em Sampa, publicado em 16 de setembro último – comentei essa peculiaridade que caracteriza a disputa pela Municipalidade desde sempre.
Lá pelas tantas do texto escrevi que, depois de vencer as eleições de 1985, o prefeito Jânio Quadros tomou posse e, em seguida, reuniu a Imprensa para que todos registrassem o primeiro ato de seu governo.
Solenemente, o homem desinfetou a cadeira do Gabinete do Ibirapuera, onde “nádegas indevidas se sentaram”.
III.
Fiz a citação, mas não expliquei em detalhes o motivo, esquecido que sou e que 27 anos se passaram de tal feito.
Tenho entre meus cinco ou seis amáveis leitores alguns que sequer eram nascidos à essa época. E que, curiosos e desconfiados do bom gosto de minhas modestas linhas, me perguntaram que “viagem era aquela”.
Aproveito a oportunidade para os esclarecimentos devidos.
(Também porque a história é mesmo divertida.)
IV.
O pleito de 1985 era tido como favas contadas pela turma do PMDB, pela mídia e pela opinião pública.
Fernando Henrique Cardoso era a aposta no futuro da maior cidade brasileira contra o jeitão anacrônico e antiquado de Jânio e os seus correligionários.
Tanto que, dias antes das eleições, FHC não se acanhou de sentar na cadeira oficial de prefeito para fotos que ilustrariam a capa da revista Veja a ser publicada no dia seguinte à votação.
O fato de Mário Covas ser o prefeito paulistano favoreceu o acesso ao Gabinete, o resto ficou por conta dos quesitos vaidade e certeza da vitória.
V.
Jânio ficou sabendo do episódio, e não perdoou.
E no primeiro dia da sua gestão cunhou a frase que se fez famosa:
“Desinfeto porque nádegas indevidas se sentaram nela”.