Foto: Jô Rabelo
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Gremio Recreativo Cultural Sociedade Escola de Samba “Unidos do Linotipo” pede licença e pede passagem, no adiantado da hora, para celebrar o Jubileu de Ouro do honorável escriba e repórter e dá oportuno um repeteco na lembrança de como era o fechamento de uma edição de carnaval.
Ziriguidum! Ziriguidum! Oba!
Leiam!
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EDIÇÃO DE CARNAVAL
Durante longos anos, nos tempos da redação de piso assoalhado, a segunda de Carnaval era dia de trabalho pesado.
Explico:
Dávamos o pontapé inicial na preparação da edição Especial que circularia na sexta seguinte, sempre aguardada com grande expectativa pelos fiéis leitores. Era o dia (e a noite) de recolhermos o material preparado pelos repórteres e fotógrafos, de fazer o coppy nas reportagens (inevitavelmente com meia dúzia de laudas cada uma), mergulharmos em centenas de fotos para selecionarmos três ou quatro dezenas delas, checar o número de páginas da edição, além de pautarmos as notícias dos próximos dias, inclusive a aguardada apuração dos resultados e a proclamação da campeã.
“Imperador do Ipiranga… Nota… Dez!”
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A turma da Redação trabalhava duro enquanto os demais departamentos da empresa permaneciam às moscas. Afinal, esta é a segunda mais “enforcada” do ano.
Não ligávamos, estávamos vidrados no que fazíamos.
E nas armadilhas que poderiam por em risco toda a edição.
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Por exemplo.
À época, o desfile do Grupo Especial era no sábado e no domingo.
A apuração acontecia na quinta à tarde quando o “fechamento” do jornal estava embicando para os finalmentes. O desafio do repórter que trabalhou nesses dias era fazer o texto com uma pegada mais para o lado humano do desfile – e não sair, linhas afora, a dizer que o melhor é esta ou aquela agremiação. Ao mesmo tempo, figuras e personagens das escolas favoritas precisavam aparecer com relativo destaque.
Uma equação complicada que, em razão do talento da rapaziada, sempre deu certo no fim.
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Por essa e por aquelas, eu – que era o editor da jabiraca – só começava a encarnar o espírito carnavalesco no fim da tarde de quinta-feira quando as páginas baixavam para a oficina de montagem e, posteriormente, para as rotativas.
Só aí eu me punha de cantarolar o samba-enredo da vez, fazer piadas com os atrasadinhos de sempre e sorrir mais amiúde.
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Quando alguém me perguntava o motivo de estranha reação:
“O Carnaval já acabou!”
O Degas aqui não tinha dúvidas em lhe responder tal e qual o mais autêntico dos sambistas:
“Dever cumprido, meus caros. Agora é pensar no próximo enredo… ops, na próxima edição.”
E completar à moda do saudoso Oswaldo Sargentelli (1924/2002):
Ziriguidum! Ziriguidum! Oba!
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O que você acha?