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Eu inventei o forró

Eu só boto bebope no meu samba
Quando o Tio Sam tocar um tamborim
Quando ele pegar num pandeiro e num zabumba
Quando ele aprender que o samba não é rumba.

II.

Eu inventei o forró.

Foi em 1950 quando, durante uma gravação, mandei que o violão tocasse choro, o cavaquinho samba e o bumbo tocasse baião.

III.

No Nordeste, o coco era tocado só com zabumba e ganzá.

Aqui é que botamos instrumentos de sopro e cordas.

Sem isso ficava muito vazio.

IV.

Eu sempre quis mesmo ter nascido na Paraíba.

Se não tivesse nascido por lá talvez as forças divinas não tivessem me dado o dom que deram.

O dom de tocar esse pandeiro que me trouxe até cá.

V.

Não invejo ninguém.

Ou melhor, só invejo quem tem muita instrução ou toca bem acordeon.

Aí eu fico com os quatro pneus arriados.

VI.

Quem toca em cabaré pode tocar em qualquer lugar.

VII.

Tocar pandeiro e filme de bangue-bangue!

Tem coisa melhor na vida, óxente?

VIII.

Não fui acostumado a comer faisão.

Então fiquei no meu feijão.

Para mim, qualquer coisa que viesse, estava bom.

IX.

Pretendo dar o último suspiro tocando.

X.

Jackson do Pandeiro morreu longe dos palcos, aos 62 anos, em 10 de julho de 1982.

Sua legado musical continua em evidência preservado por canções inesquecíveis como “O Canto da Ema” e “Chiclet com Banana” e nas vozes e cantos das diversas gerações de intérpretes que influenciou.

Um deles, Zeca Baleiro, apresenta-se hoje, a partir das 21 horas, no SESC Santo André em show (Baile do Baleiro) que faz parte da Mostra “Jackson do Pandeiro – A Trajetória do Rei do Ritmo”. Em cartaz até o dia 23 de maio, trata-se de um projeto multilinguagens sobre a trajetória musical do artista paraibano, um da Era de Ouro do Rádio brasileiro. Vale a pena conferir a programação: www.sescsp.org.br

XI.

As declarações acima foram retiradas da Revista do Jackson, publicação especial para o evento que tem realização do SESC Santo André, em parceria com a Faculdade de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo.