Às vezes, não é exatamente o que se diz. E, sim, como se diz.
Também não pesa tanto o quanto se diz.
Vale a essência.
Há ocasiões em que determinado trecho fala pelo todo de um longo discurso.
Daí, a quintessência do trabalho do cronista em dias em que os assuntos abundam, inundam, transbordam. Mas, não provocam qualquer reação no pobre enfileirador de letrinhas.
Como tocar o texto, então?
Desde que massacrar o Dunga saiu de moda, a seleção virou uma generalizada babação. Como diria o pessoal das Organizações Tabajaras, nossos problemas se acabaram com o polido, educado, gentil, elegante, sorridente e agora novo grande amigo do Galvão, sir Mano Menezes.
O futebol arte está de volta. Ui!
Falar do Brasileirão, convenhamos, é chimfrim demais.
Chatinho, chatinho…
Como não tenho cota de transmissão a vender, podemos esquecê-lo por aqui.
O apelo maior, então, é o pitaco na tal corrida eleitoral.
Qual a graça?
O jogo parece ganho antes mesmo que os times (quer dizer, os candidatos) entrem em campo (quer dizer, ponham seus blocos pra valer nas ruas) à cata de votos.
Todos os dias temos o anúncio de uma nova pesquisa, o frufru de novo debate, a análise contundente de um renomado cientista político.
Dizer o quê?
Alertar a quem?
Nem fazer graça pode…
Olha a que pontos chegamos!
Até os humoristas estão se levando a sério, mas tão a sério que saíram em careta passeata pelas ruas do Rio.
O escracho é livre.
E a crônica acabou por falta de assunto e de espaço.
** FOTO: Jô Rabelo