Leio as reportagens póstumas sobre Félix Mielli Venerando, que ontem faleceu aos 74 anos, e não entendo alguns senões sobre a trajetória do grande goleiro da Portuguesa, do Fluminense e da seleção brasileira.
Não havia dúvidas sobre a titularidade de Félix no gol da Copa de 70.
Discutia-se quem seria o zagueiro ideal para formar a dupla de área com Brito (Vasco). Seria Joel (Santos) ou seria Fontana (Vasco)?
(Por fim acabou se improvisando Wílson Piazza (Cruzeiro), que era médio volante).
Tinha-se lá um grande questionamento sobre a maturidade de Marco Antônio (Fluminense) na lateral esquerda. Dizem que os próprios jogadores pediram a Zagallo que confiassem a psoição ao sóbrio Everaldo (Grêmio).
Também se falava – e muito – de abrir espaço para:
1 – o jovem Clodoaldo (Santos) ser titular da equipe;
2 – deslocar Rivelino (Corinthians) para a ponta esquerda, e aproveitar o seu talento na armação das jogadas, além do óbvio chute potente;
3 – formar a dupla de ataque com Tostão (Cruzeiro) como falso centro-avante e o Rei Pelé, fazendo com que Zagala esquecesse de vez sua preferência por Roberto Miranda (Botafogo).
Outra pendenga da época era quem seria o substituto de Félix em qualquer emergência. Os reservas eram os jovens e promissores goleiros Ado (Corinthians) e Leão (Palmeiras). Claro que os torcedores de ambas as equipes, a qualquer lance dúbio do titular, por mais bobo que fosse, exaltavam-se e criticavam o grande Félix.
Mas, no fundo, todos sabiam que o Papel (apelido do goleiro por sua magreza) era o dono absoluto da posição, e da confiança de todos nós.
Grande Félix, descanse em paz…