Sign up with your email address to be the first to know about new products, VIP offers, blog features & more.

Gil e Caetano

Tenho ouvido os Cds de Gil e Caetano, tenho quase todos – primeiro, porque gosto e muito; segundo, porque assim faço uma reverência aos 50 anos de carreira que a dupla comomero neste 2015.

São o que hoje chamam de “ícones” da minha geração [e de outras tantas que nos sucedem.

II.

Nesta semana, a dupla iniciou uma turnê pela Europa com show comemorativo que passa por Israel (deu uma polêmica danada) e chega em agosto em São Paulo.

Não sei lhes dizer qual o melhor disco de cada um deles.

Ouço todos.

Prefiro Caetano da primeira fase, pelo imprevisível das canções; também pelo tom nostálgico que sempre me invade quando ouço músicas daqueles idos: “Alegria, Alegria”, “Soy louco por ti, América”, “Superbacana”, “É Proibido Proibir”, “Divino Maravilhoso”.

Gosto também de Caetano dos anos 80: “A Lua e a Estrela”, “Outras Palavras”, “O Homem Velho”, “O Quereres”, “Luz do sol”, “Queixa”, “Trem das Cores”, “Oração ao Tempo” e que tais.

No entanto, o disco que mais ouço – e me causa um profundo encantamento – é “Fina Estampa ao Vivo” (1994), trabalho em que Caetano se derrama em releituras de boleros de todos os tempos.

(No fundo, eu sou um sentimental).

III.

Gil, eu o acompanho desde o tempo de O Fino da Bossa, o programa de Elis e Jair Rodrigues na TV Record. Era um negro roliço que usava cavanhaque (coisa rara à época, meados dos anos 60) e, desde o primeiro momento (diante da TV em branco e preto) eu o elevei à categoria de pilar da moderna MPB ao lado do genial Benjor.

Aliás, o encontro de ambos em estúdio da Polygran para gravarem o transbordante “Gil Jorge” (1976) é indizível. Os caras não são deste Planeta!

Da fase de “Louvação”, “Lunik 9” e “Procissão” (que conquistou Elis) aos devaneios do Tropicalismo (que parte da épica “Domingo no Parque), da belíssima trilogia (“Refazenda”, “Refavela” e “Realce”) aos experimentos de “Parabolicamará”, Gilberto Passos Gil Moreira se apresenta como um cronista do seu tempo e, mais e melhor, do tempo que está por vir.

Sua obra recende a contemporaneidade.

Revela um homem consciente, e iluminado.

Um arauto da paz.