A essência do jornalismo é a reportagem.
Não dá para ser diferente.
Há blogs que são jornalísticos, pois trabalham basicamente com a informação. Apurada, checada, interpretada em suas diversas vertentes e possibilidades. Inclusive – e principalmente – em seus aspectos contraditórios.
Entenda-se, portanto, que nem todo blogueiro é jornalista.
Gosto do exemplo que Guy Talese deu, em um das tantas entrevistas que concedeu na recente passagem pelo País. Disse que hoje é comum que um cidadão abra seu notebook na mesa da cozinha da casa onde vive e comece a teclar impressões e devaneios sobre o mundo, as pessoas, a vida e a arte. Nem por isso esse sujeito é jornalista ou está praticando jornalismo.
Até porque o amigo está ali, sozinho, com suas inquietações e suas dúvidas.
Ele pode até dar imprescindível contribuição para a construção de um universo mais feliz e harmônico. Mas, está longe de exercer funções jornalísticas que propõem múltiplas visões do assunto em foco.
Por que lhes falo tudo isso – acho que de novo e pela enésima vez?
É que também de novo (ou de velho?) e pela enésima vez me perguntaram hoje sobre “a tênue linha” que separa o jornalismo de outras áreas da Comunicação e/ou das ditas ciências humanísticas.
Livre pensar é só pensar, já dizia Millor antes mesmo da tal revolução digital que abalou e abala o mundo de hoje. Ótimo que todos possam se manifestar – em blogs, twitters, redes sociais, comunidades e tudo mais.
Bem vindas manifestações.
Salve a pluralidade de opiniões.
“Mas, jornalismo são outros quinhentos.”
(Foi a resposta que eu dei. Desconfio que meus interlocutores não gostaram. Eles que procurem outros jornalistas, exercitem a reportagem e o contraditório)