Em nome da largação do fim de ano, o que se faz de bobagem não está escrito em lugar nenhum. Ou melhor (ou pior?), boa parte dessas derrapadas só vai aparecer em meados de janeiro quando chegam a fatura do cartão de crédito e os avisos de cobrança.
Só aí nos damos conta de que não estamos com a bola toda que sugeriam o décimo terceiro e a parcela das férias antecipadas.
Tarde demais para o remorso.
Não dá para pedir de volta e devolver aquela fartura de presentes que espalhamos mundo afora na vã ilusão de sermos tão generosos.
Também não adianta ligar para a operadora do cartão, e dizer que um senhor de roupas vermelhas e longas barbas brancas lhe assaltou, levando todos seus cartões de crédito.
Essa desculpa não vai colar.
O carro novo que, no afã do desejo, você comprou só para botar banca para a rapaziada do escritório e toda a vizinhança; pois é, esta simpática nave de metal tem algo que se chama IPVA, seguro e outras coisinhas mais que – ó surpresa! – são bombásticas, digamos assim, e não cabem em seu malajambrado orçamento.
E agora, meu camarada?
Agora… Fique atento também para as tradicionais festas de congraçamento das empresas.
São armadilhas irresistíveis para que sua reputação despenque.
Evite a armadilha do karaokê.
Controle o pifão.
Mulheres, nunca subam na mesa para mostrar o rebolado que todos na repartição cobiçam.
Homens, não transformem a gravata em tiara – é o primeiro sinal de que as coisas não acabarão bem.
Chefetes, supervisores e afins controlem os discursos.
Todos e todas, fiquem espertos com a pegação mútua e tresloucada.
Amanhã ou depois, você pode estar bombando na rede, no face, no youtube…
E aí não haverá Menino Deus que faça o milagre de convencer aos mais chegados que você não era você.
Se cuida, rapaziada!
Quem avisa…